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“Justiça por mãos próprias” faz mais uma vítima no Zango

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Zango

Cresce em Luanda o fenómeno denominado “queimar gatuno”. Uma prática de fazer justiça por mãos próprias, condenada de forma veemente pelas autoridades de Justiça.

Num intervalo de apenas 15 dias, mais um cidadão supostamente meliante, voltou a ser queimado, na zona do Zango, bairro Muxima-Moxi, por alegadamente, segundo um dos moradores da zona, ouvidos pelo Correio da Kianda, ter feito parte de um grupo de três jovens, que na noite desta quinta-feira 27, assaltaram a bolsa contendo valores monetários avaliados em cerca de 38 mil kwanzas, de uma cidadã moradora nas imediações da Maxi -supermercado adjacente ao local onde foi encontrado o corpo queimado, na manhã desta sexta-feira, 28.

Explica o morador que o facto aconteceu quando o grupo de três jovens, depois de ter assaltado a cidadã que passava por uma das ruas do bairro Muxima-Moxi, foi abordado por populares, que ouviram o grito de socorro da jovem assaltada. Dois meteram-se em fuga e apenas um foi apanhado, acabando por ser queimado por pessoas, até agora desconhecidas, mas que, presume-se, serem moradores da zona que andam agastados com o crescimento da criminalidade no bairro.

Familiares do jovem encontrado morto, queimado alegadamente por ser integrante do grupo de meliantes que assaltou a referida cidadã, não aceitaram dar depoimento ao Correio da Kianda, mesmo depois de termos tentado saber se o seu parente fazia ou não parte do grupo de criminosos da zona.

No Zango, nos últimos dias, a prática de fazer justiça por mãos próprias tem estado a ganhar corpo. Recentemente, no bairro Boa Esperança, três cidadãos também foram queimados pela população por supostamente fazerem parte de um grupo de meliantes que vem tirando o sossego da população.

Fez saber um outro morador a este jornal, que a prática de queimar pessoas que supostamente sejam meliantes, não é nova no bairro Muxima-Moxi, associando o facto, como consequência da falta de patrulhamento da Polícia, a quem acusa de estarem mais preocupados com os vulgos “kupapatas”.

“Não sabemos quem queimou mais este jovem, mas isto não é uma prática nova aqui no bairro. E isso só acontece porque a polícia aqui anda mais preocupado com os motoqueiros do que em apanhar esses gatunos bandidos”, disse.

Foto: Carlos Aguiar




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