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Justiça chinesa anuncia julgamento de ex-chefe da Interpol Meng Hongwei

O Supremo Tribunal Popular da China anunciou hoje que o ex-presidente da Interpol Meng Hongwei vai ser julgado em Tianjin, cidade costeira do norte do país, por ter alegadamente aceitado “grande quantidade de subornos”.

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Em comunicado, a acusação explicou que foi terminada a investigação a Meng e que o caso será julgado no Tribunal Popular Intermédio No.1 de Tianjin, sem detalhar a data de início.

O acusado terá aproveitado a sua posição como vice-ministro da Segurança Pública e chefe da Polícia Marítima chinesa para receber “uma grande quantidade de subornos”.

Meng, de 64 anos, foi vice-ministro da Segurança Pública até novembro de 2016, altura em que foi nomeado para dirigir a organização policial internacional, com sede em Lyon, França.

No mês passado, a Comissão Central de Inspeção e Disciplina do Partido Comunista Chinês (PCC) disse que uma investigação interna concluiu que Meng cometeu “graves violações da lei” e falhou em cumprir princípios e implementar decisões do partido.

Meng foi então afastado de cargos públicos e do Partido Comunista.

A mais ampla e persistente campanha anticorrupção na história da China comunista, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do PCC.

Além de combater a corrupção, a campanha tem tido como propósito reforçar o controlo ideológico e afastar rivais políticos, com as acusações a altos quadros do regime a incluírem frequentemente “excesso de ambição política” ou “conspiração”.

A escolha de Meng para chefiar a Interpol foi na altura celebrada por Pequim, que tem vindo a reforçar a sua presença em organizações internacionais.

Mas Meng perdeu o contacto com a família depois de embarcar num avião para a China, em 25 de setembro passado.

Depois de vários dias de silêncio sem que a família recebesse notícias de Meng e face à pressão internacional, a China confirmou a detenção.

Em 21 de novembro, a Assembleia Geral da Interpol decidiu substituir Meng pelo sul-coreano Kim Jong Yang.

A organização recebeu no dia 7 de outubro uma carta de renúncia e uma comunicação de Pequim informando que Meng não seria o delegado da China naquele organismo.

A lei chinesa estabelece que a polícia tem a autoridade de manter incomunicáveis e em local secreto, por um período até seis meses, suspeitos de crimes contra a segurança nacional, ou acusados de terrorismo ou suborno, um regulamento que em muitos casos se aplica a dissidentes ou ativistas.

 

 

AFP

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