África
Junta Militar do Mali completa cinco anos sem perspectiva de convocação de eleições
O dia 18 de Agosto assinalado esta segunda-feira, marca os cinco anos desde a derrubada militar do governo democrático do Mali.
Pouco depois, Bah Ndaw foi nomeado presidente interino por um grupo de 17 eleitores, com o general Assimi Goita sendo nomeado vice-presidente, que culminou com o empossamento do governo a 25 de Setembro de 2020
Os líderes do golpe inicialmente prometeram uma transição de 18 meses, mas permanecem no poder cinco anos depois e sem perspectivas de eleições.
Pouco tempo depois o general Assimi Goita acabou por assumir o país, liderando a Junta Militar, que no mês de Julho deste ano promulgou uma lei que o confere um mandato de cinco anos, renovável sem eleições.
O cientista político Eurico Gonçalves considerou que o surgimento de um governo por método inconstitucional é antidemocrático.
Eurico Gonçalves afirma igualmente que este regime de excepcionalidade não permite assegurar as liberdades dos cidadãos.
De acordo ainda com Eurico Gonçalves, a promulgação da lei que manterá Assimi Goïta na chefia do Estado maliano pelo menos até 2030, intensifica a profunda crise política, diplomática, social, económica e cultural daquele país, bem como da região, não deixando de antever possíveis declínios nas relações entre os estados do Sahel e a União Africana.
Goita prometeu libertar o Mali dos insurgentes e dos soldados franceses enviados para ajudar a combatê-los, embora as tropas francesas tenham partido, foram substituídas por combatentes paramilitares russos.
Goita também cortou laços com a união política e económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Em vez disso, ajudou a estabelecer a Aliança dos Estados do Sahel, ao lado do Níger e de Burkina Faso, que também são governados por juntas.
Seu objectivo é criar uma federação e diminuir a influência da antiga potência colonial França em seus países.
Em seu lugar aumentaram a cooperação com a Rússia, Turquia, China, Coreia do Norte e Irão.