Julgamento dos generais Dino e Kopelipa é um ganho para justiça, afirma analista

O jurista Fernando Kawewe disse que o crime de furto é o que, na sua opinião, mais pode pesar na condenação dos antigos homens de confiança do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, os generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, acusados de burlarem o Estado em mil milhões de dólares.

Fernando Kawewe considera “o julgamento destas altas figuras como ganho para a justiça, afirmando, por outro lado, que os acusados estão em perfeitas condições de restituírem tudo aquilo que o Estado perdeu por conta do esquema fraudulento que montaram”.

O Tribunal Supremo comunicou esta segunda, 12, que estava agendada para hoje, a 6ª Sessão de Julgamento do Processo n.º 38/2022, que envolve Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “General Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “General Dino”.

A 6ª sessão retoma, depois de ter sido suspensa no passado dia 29 de Abril, com o Tribunal Supremo a querer ouvir explicações do Ministério da Indústria e Comercio e do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), na qualidade de fies depositários, sobre as razões de estarem a vender 100% do património da CIF arrolado no processo que tramita em julgamento.

As duas figuras, outrora influentes ao Estado, estão actualmente constituídos arguidos, acusados de vários crimes como tráfico de influência, branqueamento de capitais, falsificação de documentos, associação criminosa e abuso de poder.

O processo, que conta com 38 declarantes, tem como relatora a Juíza Conselheira, Anabela Valente, coadjuvada pelos Juízes Conselheiros, Raul Rodrigues e Inácio Paixão.

O Ministério Público (MP), é representado por Lucas Ramos, enquanto a defesa está a cargo dos advogados Bangula Kemba, Benja Satula, Amaral Gourgel e Adriano Suculete.

Além do antigo Chefe da Casa Militar e de um dos braços direitos da Presidência da República, também foram constituídos arguidos o advogado Fernando Gomes dos Santos, o cidadão chinês Yiu Haiming, bem como as empresas China International Fund (CIF), Plansmart International Limited e Utter Right International Limited.