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Julgamento caso actos terroristas: defesa pede delação premiada para arguidos

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O advogado David Mendes disse à Rádio Correio da Kianda, no final da segunda sessão de julgamento, que o processo está caminhando dentro do que eram as expetativas. Já foram ouvidos quatro arguidos, nomeadamente, João Gabriel Deussino (cabecilha), Domingos Gabriel Muecalia (irmão), Cresenciano Capamba e Arão Rufino Eduardo Kalala, faltando três outros.

O advogado disse que a próxima fase será a audição dos declarantes, que são no total nove, dentre eles, dois jornalistas. O “momento servirá para esclarecer as coisas”, por isso David Mendes, assegurou que não foi em vão que a defesa pediu a delação premiada, porque “sempre tiveram informações como as coisas aconteceram, quem teriam sido os mandantes e os colaboradores”.

A delação premiada, também conhecida como colaboração premiada, é um acordo entre um investigado e as autoridades para que ele denuncie um crime. Em troca, o delator recebe benefícios como redução de pena ou perdão judicia

“Basta ver para quem acompanhou a primeira sessão, que teve lugar na segunda feira, o Ministério Público não faz referência dos potenciais facilitadores, instigadores e financiadores, só depois do pedido da defesa de um acordo de dilação premiada, o MP aceitou embora com uma condição, que os arguidos trouxessem elementos novos, que não constavam no processo, e assim aconteceu, e nessa terça-feira, tratou-se de consolidar as questões que foram colocadas”, afirmou.

O antigo Presidente da Associação Cívica Mãos Livres apelou à sociedade para “não minimizar as coisas, quando alguns alegam que não aconteceu, é uma palhaçada, não é verdade, a coisa é séria e muito séria, só quem não tem noção de segurança dos bens públicos, de mortes de pessoas pode dizer que o processo é uma palhaçada”.

Sobre a escolha do escritório de David Mendes, o causídico disse que “não houve imposição alguma”, antes da detenção, os arguidos bateram às portas do seu escritório, com representação também aqui no Huambo, e pela complexidade, “alguns advogados têm medo de assumir o caso, nós assumimos”.

Vale lembrar que, o processo tem como Juiz Presidente da causa o senhor Cipriano Catito, Procurador, Avelino Capessa, e a equipa de advogados constituída por David Mendes, António Oliveira Nasso, José Mário Nasso, e Manuela Mendes.

O julgamento prossegue nesta quarta-feira, no Centro Prisional de Cambiote, município do Huambo.

Cidadãos e políticos no Huambo falam sobre mediático julgamento de actos terroristas

Uma das cunhadas de um dos arguidos, disse que o julgamento está a correr bem, e tudo o que está ser dito corresponde com a verdade.

Um advogado estagiário, que acompanha o mediático julgamento considerou o processo de complicado, mas disse ser interessante, por se encontrar na fase da produção de provas, e aguardando pelo veredicto (final), mas “vamos aguardar pelos próximos passos, por isso, não se pode dizer muita coisa ainda”, concluiu.

Já, o secretário provincial do PDP-ANA no Huambo, que acompanha o processo, é de opinião que o processo tem mais pendor político do que jurídico, por não se justificar citar algumas figuras de alguns partidos que nem estão na sessão de julgamento, por uma questão de equidade, “os políticos visados deveriam ser notificados e estarem presentes”, mas reconheceu que os juízes são competentes e “vamos aguardar”, disse o político que defendeu “a liberdade do conservador e do polícia que foram envolvidos no processo de forma inocente”, disse.

Jornalista multimédia com quase 15 anos de carreira, como repórter, locutor e editor, tratando matérias de índole socioeconómico, cultural e político é o único jornalista angolano eleito entre os 100 “Heróis da Informação” do mundo, pela organização Repórteres Sem Fronteira. Licenciado em Direito, na especialidade Jurídico-Forense, foi ainda editor-chefe e Director Geral da Rádio Despertar.

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