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Julgamento acto terrorista: co-arguido assume ter vendido engenhos explosivos ao cabecilha

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Depois do período da manhã ter sido preenchido com o interrogatório do arguido Domingos Muecália, irmão do suposto cabecilha, segue o momento do co-arguido Cresenciano Capamba, que assume ter participado em duas acções, a primeira ter sido ele que deu os engenhos explosivos (granadas), enquanto trabalhador da Direcção Nacional de Desminagem.

Cresenciano assumiu que tinha consciência do perigo do que estava a fazer, ao ter recorrido a um colega chamado apenas por Arão, que assegurou-lhe que os engenhos eram para ser destruídos.

“O João Deussino garantia pagar 30.000,00 (trinta mil kwanzas) e que poderiam aproveitar”, só não sabe como a situação chegou a este nível.

O julgamento prossegue. Amanhã serão ouvidos, na condição de declarantes, dois jornalistas.

Estão arrolados no processo os cidadãos João Gabriel Deussino, como líder da “organização terrorista”, Domingos Muecália, Crescenciano Capamba, Francisco Ngunga Guli, Adelino Camulombo Bacia, Arão Rufino Kalala e Pedro João da Cunha.

Os sete cidadãos acusados de prepararem atentados terroristas, durante a visita do ex-Presidente norte-americano, Joe Biden, a Angola, podem pegar até 15 anos de prisão, de acordo com o representante do Ministério Público (MP), no processo, que solicitou esta pena em sede de tribunal.

A mãe dos três arguidos, dentre eles o cabecilha, no caso de alegada tentativa de detonar o Palácio Presidencial, Refinaria de Luanda e outras infraestruturas na capital angolana e no Huambo, Gertrude Nassimba, disse à Rádio Correio da Kianda que quando se apercebeu da situação dos filhos, ela vinha da lavra, e começou a se perguntar: “mas será que esses miúdos se envolveram nessa prática por causa da pobreza, roubaram?”.

“Apesar da pobreza, os meus filhos nunca roubaram”, garantiu e alegou que também pensou “que violaram uma mulher de outrem?”

“Tudo isso girava na minha cabeça”, disse Gertrudes e continuou: “o pai já não consegue se locomover, anda paralisado devido a lepra”, mesma doença que também já está atacar-lhe “os dedos dos membros inferiores”.

“O que será de nós” desabafou, lamentando que desde Outubro que os filhos foram detidos, o seu dia tem sido difícil, visto que, eles é que prestavam o apoio.

Questionada sobre o que espera do desfecho do processo, Gertrudes defendeu que sejam responsabilizados pelos actos por eles cometidos, mas não sabe “a motivação que os levou a enveredar para essas práticas proibidas”, frisou.

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