Sociedade
Jovens pedem maior divulgação da história do 4 de Fevereiro
Uma maior divulgação da história do início da luta armada angolana é o que os jovens da província de Benguela, ouvidos esta sexta-feira, 3, pelo Correio da Kianda, por ocasião da celebração do 62º aniversário do início da luta armada em Angola, pedem ao Ministério da Cultura.
Arleth Cacumba estudante da 11ª classe do curso de Ciências Físicas e Biológicas em um dos colégios do município do Lobito revelou que pouco ou nada sabe da história do início da luta armada angolana e o que tem simplesmente ouvido é que os nossos lutaram para libertar o país que se encontrava nas mãos dos colonizadores.
“Pouco ou nada sei deste dia, acredito que fala-se muito pouco do início da luta armada angolana. É mais fácil ouvirmos falar da Independência e do dia do primeiro presidente Agostinho Neto, do que do 4 de Fevereiro. Peço ao Ministério da Cultura para divulgarem mais essa data e não lembrarmos simplesmente quando chega o dia 4, com palestras ou mesas redondas com os estudantes para melhor conhecerem a história do nosso país”, solicitou.
Já Adriano Cardoso, estudante de Direito, acredita que o 4 de Fevereiro é o início de tudo em Angola e esquecer essa data é como “matar a identidade angolana”.
“Não teríamos a pátria que temos se os nossos bisavós e avós não tivessem a bravura que demonstram no 4 de Fevereiro de 1961. Devemos honrar essa data e reflectir profundamente se o país que os nossos antepassados sonharam é o mesmo que temos hoje, peço ao Ministério da Cultura e ao governo, de uma maneira geral, que divulguem mais essa data. Não se pode apagar a história sob pena de não termos um futuro bom e risonho para todo angolano”, disse.
Por seu turno, o historiador Augusto Chimuco salientou que cada angolano deve ter a responsabilidade de divulgar essa data, pois é das lutas mais importantes que o país teve.
“Não devemos descorar de nenhuma luta ou batalha nossa, mas o 4 de Fevereiro tem um pendor especial, é dali que o colono começou a prestar maior atenção aos colonizados, a bravura daqueles homens deve servir de suporte para hoje construirmos um país bom para se viver, onde cada angolano possa ao menos ter três refeições ao dia. Foi por esse e outros motivos que os nossos ancestrais lutaram e deram tudo de si para uma pátria independente e capaz de produzir para o bem estar dos seus adorados filhos”, sublinhou.
Vale lembrar que o 4 de Fevereiro de 1961 é o Dia da Luta Armada de Libertação de Angola. É resultado das acções clandestinas que desde a década 50 vinham a ser empreendidas por um grupo de nacionalistas angolanos insatisfeitos com o domínio colonial português, o conhecido processo dos 50. Um processo que deu ênfase ao nacionalismo angolano que viria atingir o seu nível mais alto concretamente na madrugada do dia 4 de Fevereiro de 1961, com os ataques não só a cadeia de São Paulo (Luanda), como em outras instituições que simbolizavam o poder colonial naquela altura.