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Reportagem

Venda de lugares no SIAC transformado em modo de sobrevivência de muitos jovens

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Acordar cedo, e deslocar-se ao Serviço de Atendimento ao Cidadão, (SIAC) tornou-se numa das formas de sobrevivência  para muitos Jovens. Foi no zango, onde o Correio da Kianda ouviu relatos de Jovens que aliado a  sobrevivência,  fazem da venda de lugares para os utentes que chegam  atrasados, um trabalho, que a par do ganha pão,  serve também para jogar “Kixikila”-uma actividade financeira,  praticada por duas ou mais pessoas,  com os participantes a sentirem-se obrigados a contribuir financeiramente um valor, decidido em acordo, tendo em conta que receberão um valor maior do que contribuiu, ou seja, o total da contribuição. 

De acordo com as vendedoras , que comercializam os seus bens  ao lado da porta principal de entrada do SIAC, situado no zango 4, trata-se de cidadãos com idades que vão dos vinte aos trinta e nove anos, que chegam a madrugada, ocupam lugares, regressam as suas residências, e logo no amanhecer, retornam  ao SIAC, onde de forma clandestina, com as suas estratégias, procuram pelos utentes apressados e atrasados, para de seguida , comercializar um lugar na fila, mais próxima de ser atentido. Um exercício, que de acordo com as vendedeiras, que apesar de terem aceite gravar entrevista, tem estado a servir de sustento para muitas famílias dos jovens, também conhecidos por “Mixeiros”.

“Tem uns que já conseguiram comprar moto e meteram na via, com o dinheiro de ocupar lugar aqui, e vender nos que chegam atrasados. Conta, em conversa solta com um dos utentes, uma senhora comerciante.

“Os mixeiros fazem mais dinheiro que nós que vendemos. Eles só acordam cedo, vêm ocupar lugar, e depois vendem a dois mil e mil quinhentos kwanzas, por exemplo para quem quer tratar bilhete sem esperar muito na fila, ou tratar um outro documento mais está com pressa. Explica um motoqueiro, que naquela circunscrição trabalha, levando passageiros do SIAC, para as paragens de taxi.




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