Politica
Jovens do Moxico preparam manifestação para o dia 11 de Novembro
De acordo com o activista Luís Paulo, em declarações ao Correio da Kianda, dezenas de jovens da província do Moxico preparam-se para uma manifestação, no dia 11 de Novembro, na data em que se assinala os 45 anos da Independência de Angola.
O estado actual da província do Moxico é o ponto fulcral que levará dezenas de cidadãos a marcharem na cidade capital do Luena. “A juventude está motivada devido a forma como o governo de João Lourenço olha para a província do Moxico”, afirma o coordenador dos protestos, Luís Paulo.
O activista dos direitos humanos diz que a juventude desta província, em particular aqueles que vivem no interior, passa momentos difíceis – “o desemprego é alto e atinge severamente essa franja na sociedade”.
Luís Paulo realçou que uma outra maior preocupação da juventude desta província é a falta de oportunidade, que as vezes obriga jovens intelectuais a emigrarem para outras províncias do país. Os jovens “queixam-se de tudo e mais alguma coisa e por razões do género deixam o Moxico à procura de melhores condições de vida noutras províncias”.
Segundo o jovem activista, “quem tem pago caro com essas emigrações forçadas é o Moxico porque muitos desses jovens são quadros que poderiam contribuir para o desenvolvimento da província”, lamentou.
O nosso entrevistado diz não existir poucos avanços do ponto de vista político, social e económico com a chegada do governador Gonçalves de Muandumba nesta província, “não podemos falar de avanço, o que temos que falar é de emendas ou improvisos e que nas maiorias das vezes têm sido mal feitas”.
“O governo de Gonçalves de Muandumba, à semelhante dos tantos outros no país, governam o povo sem uma agenda”, disse e acrescenta que “até aqui o governo actual nada de concreto fez para melhorar as condições de vida dos cidadãos, pobreza e a fome continuam a tomar lugar no Moxico, dando como exemplo o município dos Luchazes, que faz parte dos três municípios do país com um índice de pobreza acentuado”.
O activista considera desperdício, que a administração municipal do Moxico gaste mais de Kz 500 mil para aquisição de materiais para manter o saneamento básico e que nunca foi utilizado para o efeito.
Admite que neste mandato existe maior diálogo entre governantes e cidadãos, mas também “temos que admitir que este governo tem maior oportunidade de ser melhor que o anterior por que tem as críticas e sugestões do povo sempre que necessário”.