Politica
Jovem doutorado em Cuba com título de ouro ganha 60 mil kwanzas num colégio em Benguela
Chama-se Osvalto Tomás Nassomalonda. É natural do Huambo, mas vive actualmente em Benguela, terra, onde há um ano procura emprego, desde que regressou de Cuba, país onde ficou durante doze anos a estudar.
A história de Osvaldo Nassomalonda foi conhecida nesta quinta-feira, 18, narrada por si, no encontro da JMPLA com a sociedade civil, que teve lugar no Cine Monumental, em Benguela, prestigiado pela Vice- Presidente do MPLA, Luísa Damião.
Foram relatos, de um dos primeiros intervenientes do encontro, que mais chamou a atenção aos presentes, até mesmo a da Vice-Presidente do Partido maioritário, no denominado “Termómetro”, evento do MPLA que visa receber opiniões da sociedade angolana, sobre os vários temas da actualidade e da vida dos cidadãos.
Doutorado em ciências da Educação pela Universidade de Santiago, em Cuba, Nassomalonda saiu de Angola, em 2008, com uma bolsa de estudo do INAGBE, para formar-se em Cuba. Fez a sua licenciatura naquele pais, onde prosseguiu com a sua formação fazendo o mestrado, e posteriormente concluindo, com o doutoramento.
O jovem PHD entrevistado pelo Correio da Kianda, que diz ter sido o primeiro angolano a ganhar o mérito de estudante integral na Universidade de Santiago, revelou que desde o seu regresso ao país, em 2020, que vem percorrendo de Província em Província a procura de emprego, mas foi em Benguela, em que teve a sorte de encontrar um colégio privado, onde foi aceite para trabalhar, dando aulas, com uma remuneração mensal, de 60 mil kwanzas.
O jovem, que diz sentir-se rejeitado, por ter em posse certificados de licenciatura, mestrado e doutoramento quase sobre enfeite, diz não entender como o Estado, depois de ter gasto tantos milhões com alguns bolseiros no exterior, estes, após o regresso, continuam nas ruas, sem enquadramento.
“Do curso de Ciências de Educação, somos 19. E do curso do curso de Ciências Pedagógicas, somos sete. Estamos distribuídos em todo país, mas para cada um de nós a história continua até ao momento a mesma, mesmo depois de termos escrito para o Presidente da República”, disse, o jovem PHD desempregado, que considera a situação que vive, como sendo frustrante.
Por sua vez, ao tomar a palavra, no seu discurso de encerramento do encontro, a vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, sublinhou, aos jovens presentes, a importância da juventude apostar no empreendedorismo, tendo referido no caso concreto do jovem bolseiro formado em Cuba, como um, dos que poderia, por exemplo, apostar em ser tutor, e fazer do seu conhecimento, uma ferramenta para ganhar dinheiro.
“Um PHD, que termina o seu doutoramento, com a sua licenciatura ou o seu mestrado, com título de ouro, não pode ficar em casa a espera que alguém lhe dê-a emprego“, rebateu, Luísa Damião, Vice-Presidente do MPLA, que no momento a seguir, ofereceu um computador ao jovem PHD formado em Cuba, que manifestou o seu descontentamento pelo facto, de até ao momento não estar a ser aproveitado pelo Estado Angolano.
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