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José Luís Mendonça lança “Software Carnal”
O escritor angolano José Luís Mendonça vai lançar, no dia 30 do mês em curso, no Camões (Centro Cultural Português), em Luanda, a partir das 17 horas, a mais recente produção poética intitulada “Software Carnal”.
A obra literária “Software Carnal” editada pela Editora Kalunga, segundo uma nota de imprensa a que Correio da Kianda teve acesso, tendo em conta o início de século cada vez mais online e cada vez menos sentimental, aparece como um convite ao retorno dos afectos contra a conflitualidade social inaceitável e arcaica, através da aposta inadiável na devoção à Mulher.
O livro tem 37 poemas, que “perfazem um hino à misteriosa e infinita expansão do Universo que, aqui, neste lugar chamado Terra, se reedita no ventre expansivo em tempo de gravidez, nos olhos húmidos e luminosos da Mulher dotados da ciência maternal de ver e na sede dos dedos a tatear a liquidez das coisas que nos rodeiam. Poesia de uma maturidade impressionante, que coloca a Poesia angolana no patamar cimeiro da contemporaneidade lírica”, lê-se no documento.
Software Carnal, acrescenta o artigo, celebra a vertigem da Criação natural, cuja expressão mais acabada é a Mulher, “esse registo abobadado/ de trezentos milhões de anos de evolução”, como se pode ler no poema que dá título ao livro.
“É nesse registo abobadado que Eros faz morada. E é nele também que o poeta digitaliza os versos, com recurso ao software inamovível e desconhecido da origem da Vida. Esta incursão dialéctica na vertigem do estar neste mundo, que só se apazigua no andar a dois (macho-fêmea) resulta em versos fundados sobre a melodia das coisas mais simples da Terra, “uma vírgula, um caracol, uma côdea de pão seco/ bicado por três galinhas” (pág.17), porque é delas que, a final, se alimenta o espírito. É neste outro registo que o Sentimento faz morada”.
A obra inaugura o ciclo de publicações da Editora Kalunga, uma iniciativa empreendedora jovem na edição, livraria e papelaria, que se apresenta no mercado literário angolano, a qual será comercializado valor de 3.000 kwanzas, a participação é livre, porém impõe, por razões pandémicas, o uso da máscara.
Por Pedro Kididi