Mundo
Jornalistas sob perseguição sem precedentes na Venezuela, denuncia ONG
O Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) alertou para o que descreveu como uma perseguição sem precedentes de jornalistas, após as eleições presidenciais de 28 de Julho na Venezuela.
Aquela agremiação internacional disse sexta-feira que oito jornalistas foram presos sob acusação de terrorismo devido a reportagens que fizeram e uma dúzia de profissionais foram forçados ao exílio.
Um relatório sobre a situação da imprensa na Venezuela sublinha que “muitos meios de comunicação passaram para a clandestinidade” perante o sistemático assédio e ataques de altos funcionários do Governo do Presidente Nicolás Maduro.
O CPJ destacou o novo ministro do Interior, Diosdado Cabello, que, “sem provas, acusou várias plataformas digitais independentes de receber financiamento do tráfico de droga”.
Também o jornalista Luís Gonzalo Pérez divulgou um vídeo na quinta-feira, explicando que, por fazer parte da equipa de comunicação da líder da oposição María Corina Machado, tanto ele como a família estavam em risco.
“A liberdade de imprensa na Venezuela já estava em erosão muito antes das eleições, uma vez que o regime de Maduro tinha encerrado canais de televisão e estações de rádio, bloqueado portais de notícias, confiscado jornais, fomentado o medo e a autocensura nos seus 11 anos no poder”, disse a organização.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.