Politica
João Melo: Ministério da Comunicação Social era dirigido por órgãos paralelos
A urgente necessidade do Estado, como único accionista da imprensa pública, desenhar e implementar a médio e longo prazo, um novo modelo de financiamento da comunicação social, foi considerada hoje, sexta-feira, em Luanda, pelo ministro da comunicação social, João Melo.
Ao apresentar o balanço das actividades realizadas no sector pelo seu pelouro, na cerimónia de abertura do 1º Conselho Consultivo do Ministério da comunicação social, o governante disse contar neste período de transição, com o apoio do Titular do Poder Executivo e do Ministério das Finanças para resolver problemas pontuais, que, se não forem resolvidos, poderão emperrar o funcionamento das empresas.
O ministro referiu que as empresas públicas de comunicação social vão prosseguir os seus esforços para melhorarem a sua performance em termos de gestão, e além das medidas pontuais em curso, estão a preparar um programa de saneamento, que será submetido até ao fim do ano às autoridades competentes.
A propósito do diagnóstico efectuado a instituição, nas vésperas de completar um ano desde a sua investidura, o ministro da Comunicação Social, disse ter encontrado a instituição totalmente esvaziado das suas funções e responsabilidades, parte das quais exercidas por altos funcionários de outros sectores e por determinados órgãos paralelos.
O governante sublinhou que como consequência, a superintendência do ministério da cmunicação social sobre os médias estatais era deficiente, bem como o seu papel metodológico em relação às demais instituições do governo e do Estado em matéria de comunicação, que eram praticamente nulas.
O ministro avançou que no último trimestre de 2017, foram encontrados inúmeros problemas com realce para o domínio editorial e gestão do sector da comunicação social, onde regia eminentemente o carácter governamentalizado.
Por outro lado, referiu que no domínio da gestão foram detectadas inúmeras irregularidades em todas as empresas, com destaque para o número excessivo de trabalhadores, alguns dos quais “fantasmas”, a falta de procedimentos, indisciplina gritante, salários aleatórios e injustos, défice técnico.
Detectaram igualmente a degradação do nível de qualificação dos trabalhadores, relações pessoais complexas, desaparecimento de meios e equipamentos, indiciando assim a existência de corrupção, agravando-se pelo facto das mesmas não receberem os subsídios operacionais do Estado desde 2015.
Diante deste cenário, a nova direcção ministerial identificou alguns desafios que se resumiam em resgatar o papel do ministério da Comunicação Social, promover de forma responsável a abertura editorial dos meios de comunicação estatais, convertendo-os gradualmente em autênticos órgãos públicos e tomar medidas para aperfeiçoar a gestão das empresas públicas de comunicação social, com objectivo de promover a sua reestruturação, dando assim, início ao seu saneamento financeiro, melhoria disciplinar e produtiva, para tornar a instituição mais eficazes e eficientes.