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João Lourenço trabalha com Emmanuel Macron

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A missiva é entregue hoje em Paris pelo ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, que chegou ontem à capital francesa.
João Lourenço é recebido hoje em audiência por Emmanuel Macron, que se tornou no 25.º Presidente francês em 7 de Maio, com 66 por cento dos votos, após derrotar a candidata de extrema-direita Marine Le Pen.

Em declarações à imprensa, o secretário de Estado das Relações Exteriores, Manuel Augusto, que integra a delegação, disse que a mensagem do Presidente da República versa sobre as relações bilaterais e as perspectivas futuras. “Temos boas relações com a França e é natural que de tempos em tempos, os dois países e principalmente os seus líderes troquem informações de forma a encontrarem caminhos que melhorem e consolidem as relações já existentes”, disse.
Manuel Augusto referiu que a França tem um novo Governo e está a estabelecer as suas prioridades. “Acreditamos que Angola será também parte desta prioridade no âmbito das relações que mantém com África”, disse o diplomata.

Os anos de 2014 e 2015 constituem dois marcos nas relações entre Angola e França, com a reciprocidade de visita dos Chefes de Estado e a assinatura de vários instrumentos jurídicos em áreas como ciência e tecnologia, comércio, saúde e energia.
Em Janeiro, durante uma audiência que o ministro João Lourenço concedeu ao embaixador de França em Angola, Sylvain Itté, foram analisados os passos para um futuro acordo na área da defesa e segurança.

Na audiência, as partes analisaram igualmente aspectos relacionados com a vigilância marítima e o papel que Angola pode desempenhar no processo de reestruturação das Forças Armadas Angolanas de alguns países da região, com realce para a República Centro Africana (RCA). O embaixador Sylvain Itté destacou o trabalho de Angola para a pacificação e estabilização da Região dos Grandes Lagos e do continente, sendo hoje um dos países que pode assumir um papel fundamental na manutenção da paz.
A cooperação entre os dois países assenta em três pilares. O primeiro abrange a ajuda que Angola pode prestar aos países da região na reestruturação das forças armadas desses Estados. “Pensamos em primeira instância, na República Centro Africana, onde Angola tem já desempenhado um papel importante do ponto de vista político”, disse o embaixador Sylvain Itté, que na ocasião se fez acompanhar do adido de Defesa, Jean François Auran. O segundo pilar gira em torno da segurança e vigilância marítima, uma vez que, Angola e todos os países do Golfo da Guiné têm um grande interesse em manter a região mais segura e o mais defendida possível.

O diplomata francês mencionou o terceiro pilar que incide sobre a cooperação na área da manutenção de paz no quadro das Nações Unidas. Angola com as suas Forças Armadas bem organizadas, sublinhou, pode ter um papel fundamental, a desenvolver no futuro, no plano da manutenção da paz, e a França está disposta a ajudar e a apoiá-la no que for preciso nesse domínio.

“A França, enquanto membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, oferece a sua colaboração. Tem uma grande experiência e é a quinta potência militar do mundo, além de ser um dos países que conhece bem as regras de funcionamento do sistema de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas”, concluiu o embaixador Sylvain Itté.
Conhecida por ser um país com grandes potencialidades no domínio científico e tecnológico, agricultura, indústria e armamento, a França desempenha um papel importante no sector petrolífero em Angola. Neste sector, a cooperação com Angola revela a existência de uma parceria de longa duração.

Relações político-diplomáticas e de cooperação

As relações político-diplomáticas e de cooperação entre Angola e a França tiveram início a 17 de Fevereiro de 1976, ano em que Paris reconheceu a Independência Nacional de Angola, culminando com a assinatura, a 26 de Julho de 1982, do Acordo Geral de Cooperação.
A França também investe em Angola no sector petrolífero. Cerca de 70 empresas francesas investem nos mais diversos sectores no país. A França pretende igualmente apoiar Angola a desenvolver os sectores da indústria, investigação científica e formação de engenheiros e técnicos para as áreas agrícola e agroalimentar.

No âmbito da formação, já existe desde 2015 um acordo entre os dois países para a abertura, este ano, do Instituto Superior Industrial de Malanje, com o suporte de quadros angolanos formados em França. Neste país da Europa, mais de 100 bolseiros angolanos frequentam neste momento vários cursos universitários.

Em 2016, o volume de negócios de França para Angola baixou na ordem de 50 por cento, por causa da limitação das importações. Mas o nível de exportação do petróleo manteve-se, tendo resultado a nível global das trocas comerciais mais de mil milhões de dólares. Os dois países estão a negociar para impedir a dupla tributação nas relações comerciais entre as empresas e implementar outras medidas para melhorar o clima de negócios. A França já financiou muitos projectos de capacitação e formação de jovens no país.

JA




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