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João Lourenço tem o poder de mudar o rumo governativo do País

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O novo Presidente de Angola – de acordo com os resultados já avançados pela Comissão Nacional Eleitoral – vai ser impelido a fazer a diferença, acredita Daniel Ribant, autor do livro Angola de A a Z e presidente e criador da ONG Fundação Europeia para a Promoção e o Desenvolvimento de Angola.

Segundo o especialista belga, João Lourenço tem margem de manobra para imprimir uma nova dinâmica na governação, fruto da crescente perda de peso do MPLA nas urnas – os dados provisórios das eleições de 23 de Agosto indicam perdeu cerca de 10% de votos, caindo de 72%, em 2012, para os actuais 60,10% -, mas também do distanciamento em relação a José Eduardo dos Santos.

“Ele apresenta-se como o sucessor de Dos Santos, mas não é o candidato escolhido por ele”, defende Daniel Ribant, que apresenta a sua análise em entrevista ao site Libre Afrique.

“Segundo as minhas fontes, José Eduardo dos Santos propôs o filho, José Filomeno, mas o MPLA recusou”, disse o também banqueiro e ex-conselheiro económico da Embaixada da Bélgica em Luanda, acrescentando que “o “candidato natural”, o vice-Presidente Manuel Vicente, é pouco apreciado no seio do partido porque não é um dos seus “produtos””.

Pelo contrário, reforçou Ribant, “João Lourenço é um produto” do partido no poder, e a sua indicação não deve ser desligada de uma consciência interna para a necessidade de mudança, acentuada pela crise.

“Talvez seja apenas um desejo”, consente o belga, mas a ascensão do ex-ministro da Defesa representa uma oportunidade única de viragem.

“Os resultados das eleições podem ser positivos para João Lourenço porque ele pode alertar o partido: Vejam em que ponto nos encontramos. Temos de mudar”.

Daniel Ribant recorda que, para além do trabalho no seio do MPLA, o seu cabeça-de-lista no pleito de 23 de Agosto não se pode distanciar das promessas feitas em campanha, com destaque para o combate à corrupção.

O especialista belga considera ainda que a continuidade de Isabel dos Santos na liderança da Sonangol, e de José Filomeno dos Santos à frente do Fundo Soberano, podem ser vistos com os “últimos cartuchos” de um regime em fim de ciclo e não como uma ameaça ao poder de João Lourenço.

“Por isso, estou relativamente optimista.Acredito que podemos ficar admirados com as mudanças que estão por vir”, remata Daniel Ribant.

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