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João Lourenço falou com José Eduardo dos Santos antes de exonerar o Zenú

O líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, e o Presidente da República, João Lourenço, “entrevistaram-se” horas antes de o chefe de Estado ter afastado do poder José Filomeno dos Santos, outro dos filhos do seu antecessor.

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informação foi divulgada publicamente pelo MPLA, com uma foto dos dois reunidos na sede do partido, e aconteceu pouco antes de João Lourenço ter exonerado a administração do Fundo Soberano de Angola (FSDEA), até quarta-feira liderada por José Filomeno dos Santos, filho do ex-chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.

O encontro entre ambos aconteceu na terça-feira, à margem da 15.ª reunião ordinária do secretariado do Bureau Político do MPLA, e segundo a informação divulgada pelo próprio partido “o ambiente foi da mais alta camaradagem, em que aquelas das mais importantes figuras da nação angolana transmitiram muita serenidade”.

“A mesma que o povo angolano precisa para que, na sua ingente caminhada para um futuro promissor, de paz, de progresso social e de desenvolvimento, consiga melhorar o que está bem e corrigir o que está mal em Angola. Isso, realmente, vai acontecer, com o MPLA e o camarada João Lourenço no leme, depois de o ‘arquiteto da Paz’, Presidente José Eduardo dos Santos, ter pacificado o país, reconciliado os angolanos e ter lançado as bases para o desenvolvimento de Angola”, assegurou o partido.

A informação sobre a exoneração de Filomeno dos Santos, “por conveniência de serviço”, foi transmitida na quarta-feira pela Casa Civil do Presidente da República, passando o FSDEA, que gere activos do Estado angolano de 5.000 milhões de dólares, a ser presidido por Carlos Alberto Lopes, até agora secretário para os Assuntos Sociais do chefe de Estado.

Apesar de deixar o Palácio Presidencial, José Eduardo dos Santos foi reeleito em 2016 como presidente do MPLA, partido que suporta o Governo, e tem mandato até 2021.

O Presidente da República, João Lourenço, disse na segunda-feira que não sente crispação com o ex-chefe de Estado, mas aguarda que este cumpra o compromisso anteriormente assumido, de deixar a liderança do partido em 2018.

“Só a ele compete dizer se o fará, se vai cumprir com esse compromisso. Quando isso vai acontecer, só a ele compete dizer”, disse o Presidente da República, que falava nos jardins do Palácio Presidencial, em Luanda, na sua primeira conferência de imprensa com mais de uma centena de jornalistas de órgãos nacionais e estrangeiros, quando passam 100 dias após ter chegado à liderança no Governo.

Questionado sobre a alegada tensão que mantém com o presidente do MPLA, o chefe de Estado negou qualquer problema: “Não sinto essa crispação nas nossas relações”, afirmou João Lourenço.

Acrescentou que mantém “relações normais de trabalho” com o presidente do partido, negando qualquer bicefalia na governação em Angola, até porque “nada está acima da Constituição”, ambos trabalhando em “campos distintos” e com “cada um a cumprir o seu papel”.

“Oito dias [dias do mês de janeiro] não é nada. Vamos aguardar os próximos tempos”, refutou, sobre o anúncio feito em 2016 por José Eduardo dos Santos, que disse abandonar a vida política em 2018.

(Com a Lusa)

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