Politica
João Lourenço destaca “efeito nocivo” das alterações climáticas na África Austral
O Presidente da República, João Lourenço, chamou a atenção esta segunda-feira, 18, para as consequências das alterações climáticas “com todos os efeitos nocivos que este facto produz sobre as economias da região da África Austral”.
Ao discursar no debate geral da Cimeira dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que decorre em Nova York, Estados Unidos, o também presidente da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), ressaltou a importância dos países da região terem acesso a financiamentos para fazerem frente aos impactos económicos das alterações climáticas.
“Temos uma sensibilidade muito especial para este problema e, deste modo, quero sublinhar a necessidade da implementação da agenda internacional das alterações climáticas e do cumprimento das promessas de disponibilização de recursos financeiros feitas pelos países desenvolvidos a fim de, com alguns outros recursos complementares, se possa assegurar o financiamento da adaptação até 2025 para se alcançar o objectivo de recapitalizar o Fundo Verde para o Clima”, solicitou.
Em Angola, o efeito das alterações climáticas faz-se sentir com a intensificação da seca no Sul do país, sendo que em 2019 foi a pior dos últimos 40 anos, com o índice pluviométrico 65% abaixo do normal.
Estima-se que mais de um milhão de pessoas estejam afectadas pelo fenómeno nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe, com perdas financeiras estimadas em 168 mil milhões de kwanzas para os agricultores e criadores de gado, bem um agravar dos problemas sociais para a população em geral.
“Precisamos de tornar este nosso encontro num verdadeiro ponto de viragem para uma abordagem mais dinámica, mais comprometida e engajada, tendo em vista o reforço do nosso compromisso político e da mobilização de vontades capazes de ajudar a avançar em domínios cujos resultados se reflectirão positivamente na melhoria das condições gerais de vida das nossas populações”, disse, o Chefe de Estado angolano perante líderes mundiais, na Assembleia Geral da ONU.
Conflitos
Por outro lado, o presidente João Lourenço destacou os recorrentes conflitos no continente, como uma das justificativas para os atrasos no desenvolvimento socioeconómico dos países africanos:
“Se não conseguirmos realizar um esforço coordenado no sentido de eliminarmos os conflitos, a instabilidade, a insegurança e a imprevisibilidade que desencoraja o investimento e retira aos nossos mercados a credibilidade de que necessita para que os nossos parceiros internacionais invistam mais nas nossas economias, nada do que consta dos planos, objectivos e programas que temos delineado ao longo destes anos poderá ser realizado de forma efectiva e com os resultados que todos pretendemos obter”, apontou.
O presidente da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral disse ainda “estar consciente da relação de interdependência que existe entre Paz e Desenvolvimento e, em função disso, Angola, na sua condição de Presidente em Exercício da SADC, continuará a desenvolver acções com vista à concretização futura da Visão 2050 da organização, que prevê uma região com estabilidade política e social, pacífica e desenvolvida do ponto de vista económico e de justiça e liberdade para os seus cidadãos”.
A 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) arrancou hoje e vai estender-se até ao dia 26 deste mês, sob o tema: “Reconstruir a Confiança e Renovar a Solidariedade Global através de Acções para Acelerar a Implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 para Alcançar a Paz, a Prosperidade, Progresso e Sustentabilidade para Todos”.