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A voz do Cidadão

João Lourenço dá um tiro no próprio pé – Carlos Alberto

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O Jornal de Angola anunciou hoje, segunda-feira, 18, que o FBI vai ajudar Angola a recuperar dinheiro roubado. As várias viagens de João Lourenço aos Estados Unidos e presença de aviões estranhos no nosso Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, cujas fotos tive acesso, só mostram/mostraram o que eu já dizia em off a amigos chegados.

A presença dos serviços secretos americanos era evidente. E não começou hoje. Eu não precisava dessa informação do Jornal de Angola. O JA só está a oficializar informações futuras. Só espero que o FBI tenha também capacidade para denunciar igualmente todos os jornalistas do MPLA que sempre ajudaram altos responsáveis do MPLA a saquear o país. Esses jornalistas fazem também parte do Executivo de João Lourenço, incluindo o próprio Jornal de Angola.

Eu continuo a defender uma justiça plural e não uma vingança selectiva contra José Eduardo dos Santos, alguns seus aliados e filhos, deixando de fora jornalistas, em altos cargos no activo, que branquearam a imagem de Angola aqui dentro e fora do país, pois acho que uma justiça selectiva é tudo menos justiça. Eu continuo a defender um perdão plural a todos os que não tiveram uma boa conduta no passado e não uma justiça só para uns e outros não.

O nosso país não pode ser promotor de caça às bruxas. A nossa imprensa não pode ser usada para promover vinganças pessoais. Ninguém devia aceitar isso. Ninguém devia calar-se perante isso. Ou faz-se justiça para todos, onde o presidente da República também deve explicar como chegou ao cargo de Presidente da República, ou fazemos um perdão plural, com a responsabilidade de se recuperar o dinheiro roubado, mas sem crucificação de culpados, uma vez que todo o MPLA sabia o que estava a acontecer e ninguém denunciou ninguém.

Culpado de tudo por que estamos a passar é o MPLA. Se tivermos de penalizar alguém, temos de o fazer ao MPLA em 2022 – para não dizer já agora nas Autarquias em 2020 -, independentemente das actuais detenções e prisões. Este, do meu ponto de vista, deve ser o pensamento de um cidadão angolano justo e honesto. Que o FBI também ajude a mostrar jornalistas criminosos que estão ao lado de João Lourenço e o que aconteceu nas nossas eleições que puseram João Lourenço à frente do país. O nosso país já não devia ser escravo dos Estados Unidos nem de nenhum outro país, que também tem os seus interesses em Angola. Qual o pacto que os Estados Unidos têm com João Lourenço? Quem vai investigar isso? Não é o FBI, naturalmente. Quem o vai fazer? O que estão a receber em troca? A solução para o nosso país está entre nós. João Lourenço continua com uma estratégia de governação errada. Devia promover um encontro para se encontrar uma solução plural para o país. Chamem-no de pacto de regime ou qualquer coisa, mas seria entre nós que devíamos encontrar um denominador comum para resolver os nossos problemas. Estas agendas pessoais do presidente da República só vão afundar ainda mais o nosso país. E estamos a mostrar que afinal o nosso Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) e o nosso Serviço de Inteligência Externo (SIE) – que por sinal levam a maior fatia do OGE, a par da Defesa – não têm nenhuma competência (capacidade) para investigar crimes desta natureza, mesmo com o grande “expert” em contra-inteligência, como dizem, Fernando Garcia Miala. Se é tão competente, como dizem, por que estamos a contratar um serviço de inteligência estrangeiro? Os “nossos” segredos vão ser conhecidos por forças estrangeiras especializadas em defender interesses dos seus países, em primeiro lugar. A defesa da nossa pátria deve estar acima de interesses pessoais do presidente da República. Não nos enganemos. João Lourenço dá mais um tiro no próprio pé. Continuamos a navegar sem terra à vista.

 

  • Cidadão e Jornalista
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