Politica
João Lourenço afirma que abandono da mediação do conflito na RDC não significa “inimizade”
O Presidente da República afirmou esta terça-feira, 25, que o abandono da mediação do conflito no leste da República Democrática do Congo (RDC), não significa “inimizade” com ninguém.
João Lourenço, que falava aos jornalistas aquando da inauguração da Circular de Saurimo, no âmbito da sua visita de trabalho de dois dias a província da Lunda-Sul, rejeitou a possibilidade dos guerrilheiros do Movimento 23 de Março (M23), atravessarem a fronteira do nosso país.
O Chefe de Estado ironizou respondendo a jornalista que “mas, se vier acontecer, é fácil de se resolver. Vamos arranjar uma farda e uma arma e entregá-la a si e mobilizá-la para as Forças Armadas. E pronto, fica o problema resolvido”.
João Lourenço considerou que o facto de ter abandonado a mediação, que “isso não é nenhum sinal de inimizade com absolutamente ninguém”.
A Presidência da República anunciou esta segunda-feira, 24, que Angola deixará a mediação do conflito entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda, devido à necessidade de o país focar-se nas prioridades gerais da União Africana (UA), organização da qual assume actualmente a presidência rotativa.
O especialista em relações internacionais Cesário Zalata considera a retirada de Angola na mediação do conflito no leste da RDC como acertada, por conta daquilo a que chama de falta de comprometimento, das partes envolvidas, e falta de consideração pelo facto de não terem honrado o encontro inicialmente marcado para o dia 18 de Março do ano em curso.
O especialista em relações internacionais afirma que esta retirada de Angola da mediação do conflito, uma reorientação estratégica para prioridades continentais mais amplas.
Adalberto Malú aponta questões como manter o ímpeto da confiança conquistada e a persistência dos compromissos assumidos por ambas as partes, como desafios do novo mediador do conflito.