Angola que dá certo
JIRO já formou mais de 17 mil jovens sobre saúde sexual e reprodutiva
A organização Juventude Informada, Responsável e Organizada (JIRO) realizou, entre Janeiro e Abril deste ano, sessões de formação dirigidas à 17.370 jovens sobre saúde sexual e reprodutiva, VIH-SIDA e planeamento familiar. Do total, desde a existência da organização formou 56.792 jovens em todo o país.
Apesar disso, muitos ainda desconhecem a existência da organização de âmbito nacional. É o caso de Edna Cazengue que conheceu o JIRO por intermédio de um amigo. “Fui convidada por um colega da minha irmã que nos falou acerca do projecto. Achei interessante e passei a frequentar os encontros dos kambas do JIRO em Viana, na Casa da Juventude”, conta.
Dos encontros a que participou sentiu-se entusiasmada com as informações que recebia e em 2019, passou a fazer parte do JIRO: “participei na minha primeira formação como activista e até ao momento já fiz quatro formações. Hoje, sou técnica de aconselhamento e testagem de VIH e faço parte da nova plataforma do SMS Jovem”.
Hoje, a jovem que é técnica de aconselhamento e testagem tem uma experiência que a permite acompanhar o crescimento do próprio JIRO, por entender que é uma missão única de todos e defende a necessidade de se “fortalecer as competências de adolescentes e jovens, de modo a optarem por estilos de vida e comportamentos saudáveis”.
Entretanto, a activista reconhece haver ainda “zonas em que os jovens não têm acesso a essas informações e precisam de palestras e aconselhamento” e também existir assuntos sobre a sexualidade que ainda constituem tabus, “mas todos têm mostrado interesse em aprender”.
Edna Cazengue resume as metas de trabalho do JIRO, que segundo fez saber, passam “por um lado, melhorar a informação sobre temas prementes, entre os quais os direitos sexuais e reprodutivos, prevenção de gravidez na adolescência e infecções de transmissão sexual, incluindo o VIH. Por outro, formar jovens para que eles mesmos se convertam em activistas e influenciem outros colegas”. Uma tarefa que considera “árdua”, mas com a certeza de que “o caminho está a ser trilhado a uma velocidade cada vez maior”.
Ela apoia-se ao facto de que entre Janeiro e Abril deste ano, o programa chegou a 56.792 jovens em todo o país. Sendo que destes, 17.370 participaram em acções de formação e sensibilização sobre saúde sexual e reprodutiva, VIH-SIDA e planeamento familiar, além de receberem preservativos.
Do programa de actividades realizadas, destaca a realização, em todos os municípios de Luanda das bancadas femininas e o envolvimento de 8000 jovens (4580 rapazes e 3420 raparigas) na campanha Março Mulher, bem como palestras chegaram destinadas a 422 jovens e o programa SMS Jovem, que atingiu 44 mil jovens a nível do país.
Edna Cazange sabe que por trás destes números duros há muito trabalho, muita dedicação e entusiasmo. Sabe que “o bom activista faz-se no campo”, nas “formações, participando nas actividades e nos encontros com os kambas”, a sua parte preferida. “O nosso lema é nunca ficar parado!”. E ela cumpre a regra à risca. Motivada “pelos líderes do projecto” que conheceu quando integrou o JIRO, move-a a vontade de “ajudar as outras pessoas e contribuir para a mudança de valores de outros jovens”.
“O JIRO tem impacto nas nossas vidas, temos aprendido muito dentro do projecto, até já nos beneficiamos de subsídios em algumas actividades destas formações”, testemunha.
Segundo a activista, recursos para serviços de saúde sexual e reprodutiva diminuídos, podem contribuir para um aumento de gravidezes não desejadas, para um aumento na necessidade não atendida de contracepção e aumento do número de abortos inseguros e de infecções sexualmente transmissíveis. Daí que as acções do JIRO são muito importantes no actual contexto da COVID-19.
Sobre o programa
É uma iniciativa da Juventude Informada Responsável e Organizada que é implementada pelo Ministério da Juventude e Desportos, com o apoio do Fundo das Nações unidas para a População (UNFPA) e que está a ser implementado em todo o país.
Depois de Luanda, expandiu-se para as províncias do Zaire e Bengo, e para os municípios da Gabela (Cuanza Sul), Cuango e Lucapa (Lunda Norte) e Ndalatando (Cuanza Norte). Em maio último chegou aos municípios do Luchazes e Léua, na província do Moxico, razão pela qual, regista agora a necessidade de aumentar formadores, para engrossar os mais de 100 activistas formados entre Jjaneiro e Abril deste ano, para um total 800 jovens já formados a nível nacional.
Afonso Bumba Kalei
10/08/2022 em 8:55 pm
Desde que me tornei o activista do JIRO, SENTO ME RESPONSÁVEL NAS MINHAS ACÇÕES SENTIMENTAL.