Politica
JES recordado com tributo no Congresso Extraordinário do MPLA
Antigo Presidente da República e do partido no poder em Angola, foi elogiado e ovacionado pelos seus ‘camaradas’ devido o seu consulado de quase quatro décadas, mas morreu só, para uns, quase que abandonado, e bem longe de sua terra. Entretanto, o reconhecimento feito no quadro da reunião magna do partido apreciou a muitos militantes.
Os delegados ao VIII Congresso Extraordinário do MPLA, que decorreu entre segunda e terça-feira, 16 e 17, renderam tributo a José Eduardo dos Santos, por entre outras coisas, manter a integridade territorial de Angola, bem como o alcance da paz definitiva desde 2002.
O acto dos delegados consta do Relatório Geral do congresso, lido por Manuel Augusto, secretário para as Relações Internacionais do MPLA, no fim dos trabalhos do conclave.
“Nem mais um tiro”, ordenara José Eduardo dos Santos tão logo fora informado sobre a morte do seu então arquirrival Jonas Savimbi, fundador da UNITA.
Apesar de ser detentor quase que em absoluto do poder em Angola, o antigo Presidente da República permitiu, embora com a guerra que travava com a UNITA, manter em funcionamento a Assembleia Nacional com a presença inclusive de deputados eleitos pela UNITA, partido cujo líder e o braço militar se mantinham nas matas visando o derrube de seu Governo.
Estes e outros factos interpretados como benevolentes eram citados várias vezes por diferentes ‘camaradas’, durante o seu consulado.
Entretanto, poucos dias após ter deixado o poder, em 2017, o encanto para com JES deixou de ser geral. Muitos dos antigos amigos e colaboradores passaram a não atender suas chamadas, para não terem de dizer não a um determinado convite para reunião ou outra coisa.
Até a sua morte, em Julho de 2022, em Espanha, foram poucos os quadros que o visitaram ou que se disponibilizaram a voltar a privar com ele.
Para diferentes observadores, JES morreu só, e bem distante de sua terra.
Entretanto, o tributo que lhe foi rendido, bem como a sua permanência como presidente Emérito do MPLA, acaba por sinalizar, para diferentes saberes, a vontade do MPLA de se reencontrar e unir numa só voz a chamada “Grande Família”.