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Jacob Zuma lamenta declínio e divisões do ANC
O presidente sul-africano, Jacob Zuma, lamentou ontem o declínio e as divisões do Congresso Nacional Africano (ANC), no seu último discurso como líder do partido no poder desde 1994, que se prepara para escolher o seu sucessor.
Perante milhares de delegados reunidos em Joanesburgo, Zuma admitiu que a população “não está satisfeita” com o ANC, nomeadamente “em termos de corrupção, criminalidade e emprego”.
“O nosso fracasso em resolver os problemas começou a pesar no nosso movimento”, adiantou, “o nosso povo fica frustrado quando perdemos tempo a discutir entre nós, em vez de resolver os desafios diários que ele enfrenta”.
O chefe de Estado falava na abertura da conferência do seu partido que deve designar o seu sucessor. Os dois principais candidatos são o atual vice-presidente Cyril Ramaphosa e a ex-presidente da União Africana e ex-mulher do presidente, Nkosazana Dlamini-Zuma.
O vencedor, que deve ser designado no domingo — poderá tornar-se o próximo chefe de Estado em 2019.
O ANC domina a vida política sul-africana desde a queda do regime de segregação, ‘apartheid’, e a chegada ao poder de Nelson Mandela nas primeiras eleições livres da história do país, em 1994.
Atualmente, porém, está em declínio, enfraquecido por uma crise económica persistente, caracterizada por uma taxa de desemprego recorde de 27% e as múltiplas acusações de corrupção contra Jacob Zuma.
O ANC, que no ano passado sofreu um significativo fracasso eleitoral com a perda do controlo de cidades como Joanesburgo e Pretoria, pode perder em 2019 a sua maioria absoluta.