Sociedade
Jacarés devoram cinco pessoas no Cuando Cubango
Cinco pessoas foram devoradas por jacarés nos municípios de Menongue, Calai e Cuchi, província do Cuando Cubango, desde Janeiro deste ano até à presente data, informou, ontem, o porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.
Júlio Muliata explicou que três casos foram registados em Menongue, no rio Kwebe, um no Calai, no rio Cubango, e igual número no município do Cuchi, no rio com o mesmo nome, sendo vítimas desses incidentes duas crianças de 10 e 12 anos e três adultos de 25, 32 e 40 anos.
Realçou que o caso mais recente aconteceu no dia 19 deste mês, no município do Cuchi, em que foi vítima uma cidadã de 32 anos, surpreendida por um jacaré quando a mesma estava a lavar roupa na margem do rio Cuchi.
Os ataques de jacarés registam-se mais nas zonas rurais, onde as populações não têm acesso ao abastecimento de água potável e são obrigadas a ir aos rios para fazer trabalhos domésticos e tomar banho.
Outra situação deve-se ainda ao facto de muitas pessoas na província terem o hábito de preferirem tomar banho, lavar roupa e utensílios de cozinha nos rios em vez de fazerem-no em casa.
“Esta é uma situação preocupante, sobretudo neste ano em que a província regista pela primeira vez cinco casos de mortes por jacarés, em menos de dois meses, e urge a necessidade de se tomar medidas para se inverter o actual quadro”, disse.
Júlio Muliata apelou aos cidadãos da província a terem maior cuidado quando estiverem nos rios, procurando usar locais mais movimentados e não muito fundos, para se evitar que situações de género continuem a causar muitas vítimas mortais na região.
O porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros lamentou o facto de muitos cidadãos no Cuando Cubango arrancarem ou vandalizarem as placas de proibição que são colocadas nas áreas de risco de afogamentos e ataques de jacarés, situação que tem contribuído negativamente para o aumento de mortes.
O governador provincial do Cuando Cubango, Júlio Bessa, disse que o governo local tem estado a realizar palestras de sensibilização em escolas, igrejas e mercados, no sentido de alertar as pessoas a evitarem frequentar os rios sem companhia, locais calmos e com muita profundeza, assim como quando o nível do caudal está elevado devido às fortes chuvas que caem na região.
“Não devemos invadir as áreas tidas como perigosas porque é onde os jacarés aproveitam para apanhar as suas vítimas e arrastá-las até as profundezas do rio para serem devoradas”, concluiu.
Esteves Bengo
12/04/2021 em 2:21 pm
Ao Governo do Kuando Kubango! Não se justifica em Pleno século XXI,na nossa terra pessoas a serem devoradas por Jacarés. Não basta o calvário que o povo no tempo do conflito armado? Quando é que essa terra tão linda de gente linda e abençoada deixará de ser a terra do fim do mundo?
Não basta acções de sensibilizações para travarmos as mortes. É preciso ir a fundo da questão, isto é, as razões são evidentes, os populares fazem o recurso ao rio, porque não têm água canalizada nos seus bairros. Como é que ficou o projecto água para todos antes do início do Séc XXI? Quanto tempo mais devem esperar? Direccionem os dinheiros do PIIM construindo fontenários, balneários ao serviço das populações, mesmo que mensalmente cada um contribua com mantimentos agrícula para contribuirem na manutenção do mesmo.
A Segurança do povo que administram está em primeiro lugar, ela é indiscutível. Não queremos ouvir mais mortes causadas pelos Jacarés!