Opinião
Já sei onde vou votar pela quarta-vez desde que em 1992 começamos esta interminável travessia.
Por: Reginaldo Silva
Mudaram-me de escola, mas deixaram-me ficar na minha eterna Vila-Alice. Da escola do Magistério Primário, onde na primeira metade dos anos 60 fiz a quarta-classe e votei em 2012, mudaram-me para a 83, onde este ano vou continuar a apostar naquilo que o país precisa com alguma urgência. É meu entendimento que o país precisa de acertar o rumo no interesse da maioria da sua população e não apenas para salvaguardar os interesses de quem representa essa maioria com toda a legitimidade que possa ter para o fazer.
O que temos de fazer hoje já não é o balanço da guerra que está mais do que feito. O que temos de fazer hoje é o inventário dos 15 anos de paz e de toda a estratégia de reconstrução numa perspectiva que tem de ser necesssariamente holística. Já o disse e volto aqui a repetir.
Não estou preocupado com quem vai governar, mas sim como vai governar. A minha aposta é numa situação onde o vencedor, seja ele quem for, não ultrapasse a fasquia da maioria simples.
Eu sei que não é fácil governar assim, mas também sei que a “governação folgada” que tivemos até agora desde que o País se tornou independente, não tem sido a melhor conselheira para quem tem a responsabilidade de gerir o dinheiro que é de TODOS NÓS.
Os resultados estão à vista no brutal endividamento público e nos incompreensiveis/chocantes níveis de pobreza/miséria/exclusão social.
Prefiro ter menos marginais sumptuosas e mais angolanos sorridentes nas suas casas. O país precisa de um verdadeiro compromisso entre as suas lideranças.
Conhecendo como conheço o país que tenho vindo a acompanhar desde o seu primeiro dia, não estou a ver como será possivel negociar realmente tendo como pano de fundo o compromisso nacional num outro cenário.