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Israel quer forçar o Irão a se envolver no conflito no Médio Oriente, defende especialista

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Israel na sua estratégia de diminuir a capacidade bélica e operacional do Hezbollah, em menos de 24 horas e com alvos bem precisos atingiu o círculo de liderança, que culminou com a morte do líder carismática Hassan Nasrallah, que liderou a milícia Hezbollah, considerada como terrorista, desde 1992, aquando também da morte do seu mentor, o ex-líder do Hezbollah, Abu Musab.

A afirmação é do especialista em relações internacionais Crisóstomo Chipilica, que considera a situação muito difícil para o Hezbollah face a capacidade tecnológica de Israel que conta com o apoio do EUA.

“É uma situação complexa e difícil dizer que esta acção de Israel é bastante calculista, tem a mão dos Estados Unidos da América em baixa visibilidade. Israel não faz nenhuma acção sem fazer cálculos dos danos colaterais. Portanto, os fins ou os meios justificaram aquilo que a própria estratégia de Israel, do ponto de vista da hegemonia, do ponto de vista da capacidade tecnológica naquela região, é a potência dominante”, disse.

Chipilica é opinião que Israel quer forçar o Irão a se envolver no conflito e, com uma resposta já bem concebida em caso do Irão cair nesta tentação, pela incapacidade de confrontar Israel que se apresenta como uma potência naquela região.

“Israel, com alguma concertação dos Estados Unidos da América, querem que, de forma tácita, que o Irão se envolva neste conflito, atirar uma casca de banana, portanto, para que o Irão se envolva militarmente nesta confrontação bélica. Porque do ponto de vista estratégico, do ponto de vista logístico, do ponto de vista operacional, do ponto de vista tático, Israel já tem uma resposta imediática, firme, categórica para atingir aqueles alvos neurálgicos do Irã, portanto, daí que vai atingindo os seus aliados, os seus próximos não estatais no Líbano, na perspectiva do Irão também envolver-se nesse conflito”, argumentou.

O especialista recomenda reflexão da parte do Irão sobre a sua reacção nos próximos tempos, para evitar o descrédito aos seus aliados.

“E daí, também, alguma prudência por parte do Irão, que tem sabido conter-se, fazendo cálculos de acção, sabendo que temos que ser realistas, que o Irão, neste exacto momento, não tem aquela capacidade tecnológica para entrar em confrontação com Israel. Portanto, o Irão precisa rearmar-se melhor, precisa, do ponto de vista estratégico, do  ponto de vista operacional, fazer um estudo militar, quais são os danos colaterais adversos que podem, de facto, de alguma forma, caso se envolva neste conflito directamente”, ressaltou.

O exército israelita afirmou, este domingo, que matou Nabil Kaouk, mais uma figura importante do grupo xiita Hezbollah. A morte do chefe-adjunto do Conselho Central do Hezbollah, que era apontado como possível sucessor de Hassan Nasrallah, terá acontecido num ataque aéreo no sábado à noite.

O Hezbollah ainda não confirmou a morte de Kaouk, mas os seus apoiantes têm publicado mensagens de luto desde sábado.

Jornalista multimédia com quase 15 anos de carreira, como repórter, locutor e editor, tratando matérias de índole socioeconómico, cultural e político é o único jornalista angolano eleito entre os 100 “Heróis da Informação” do mundo, pela organização Repórteres Sem Fronteira. Licenciado em Direito, na especialidade Jurídico-Forense, foi ainda editor-chefe e Director Geral da Rádio Despertar.