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Islão em Angola: Palavras de David Já podem constituir ameaça ao país

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Acções terroristas a nível do mundo têm sido, quase na sua generalidade, protagonizadas por pessoas que professam a fé islâmica, o que de per si, concorre para que os Estados com culturas alheias ao Islão manifestem certa resistência em formalizar a religião. Entretanto, o mesmo sucede com Angola, e o aviso lançado pelo secretário-geral do CONSIA, David Já, de que o crescimento do Islão no país começa a “constituir perigo” por falta de reconhecimento, está a gerar imensas interpretações entre as autoridades governamentais e castrense.

As declarações do secretário-geral do Conselho Islâmico de Angola (CONSIA), David Já, proferidas à agência Lusa, aquando da visita do presidente do Conselho Islâmico de Moçambique em Luanda, estão a provocar várias interpretações não só no seio das populações, mas também entre as autoridades políticas e castrenses, apurou o Correio da Kianda.

À Lusa, de acordo com as notícias veículadas, David Já sublinhou que a religião islâmica começa a “constituir perigo” para o Estado angolano, por falta de reconhecimento, sendo que por ausência de um reconhecimento formal, o Estado terá dificuldades em controlar os fiéis.

O argumento de David Já, para forçar o Estado angolano a legalizar a religião que professa, na perspectiva de alguns observadores, peca, por um lado, por haver várias denominações religiosas Cristãs não formais em Angola, e que ainda assim não são uma ameaça, apesar do número significativo de fiéis, e por outro lado, estará David Já a admitir o lado sombrio perpetrado por certo membros da referida religião, quando o objectivo é forçar uma vontade.

“As mesquitas estão aí, em todo e qualquer canto encontramos as nossas irmãs vestidas de hijab [véu que cobre o cabelo e corpo das mulheres muçulmanas], isso é inegável. Então é preciso que haja reconhecimento para haver um controlo efectivo”, reafirmara David Já.

De referir que o Islão é a segunda maior religião do mundo a seguir ao Cristianismo. Com origem no Médio Oriente, o problema atribuído ao Islão, facto que tem pesado para a sua aceitação, é que não tem como fundamento a separação entre a religião e o Estado. Ou seja, entende que a Constituição [Lei Magna] e demais leis dos Estados devem ser elaboradas seguindo a perspectiva de um ser ‘divino’ constante no Alcorão, o seu livro sagrado, à semelhança da bíblia para o Cristão.

Além disso, os países (Arábia Saudita e o Irão) política e financeiramente responsáveis pela multiplicação do Islão no mundo, além de funcionarem como o oxigénio da referida crença, são, religiosamente conhecidos pelo comportamento discriminatório contra pessoas alheias ao Islão.

Por exemplo, na Arábia Saudita, as leis em relação ao cristianismo são complexas. Não há, efectivamente, uma norma proibindo a manifestação da fé Cristã. Mas o que tem sido prática é que o culto público de qualquer outra religião que não o Islão não é permitido. E dados de 2020 indicam que não se pode carregar bíblias, crucifixos e outros símbolos cristãos.

No Irão, entretanto, é legalmente aceite a implantação de outras religiões, mas sob fortes restrições.

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