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“Isabel dos Santos foi das que mais beneficiou de fundos públicos” – Alberto Neto

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O embaixador de Angola na Alemanha, Alberto Correia Neto, acusou a “entourage” do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, de o ter incentivado a expor os seus filhos, tendo apontado a empresária Isabel dos Santos como uma das pessoas que beneficiou de fundos do Estado.

Em entrevista ao “Café da Manhã” da rádio LAC, o diplomata criticou a atitude de Isabel dos Santos, que, segundo ele, pretende mover acções judiciais contra o Estado.
“A Isabel (dos Santos) não quer ouvir ninguém, e cada vez mais comete erros de palmatória. Não entendo como é que uma pessoa que beneficiou tanto dos fundos do Estado tenha a coragem de, agora, intentar acções contra o Governo ou o Estado angolano! Não entendo isso!”, afirmou Alberto Neto, referindo-se às acções do Presidente João Lourenço contra o nepotismo. O embaixador disse ainda que a empresária está a ser mal aconselhada pelos “advogados portugueses”.

Questionado sobre o que poderá acontecer caso Isabel dos Santos persista, Alberto Neto afirmou que o Governo não poderá ficar de braços cruzados. “Talvez vamos ‘destapar a panela’. Se se destapar a panela, vamos ver o que aconteceu do ponto de vista histórico para ela ser o que é neste momento. Muita água vai passar por debaixo da ponte, como se diz na gíria”, disse.

O também general na reserva admitiu que a reacção do Executivo poderá ser “um tiro no próprio pé do MPLA”, até porque os que mais se beneficiaram na gestão de José Eduardo dos Santos são os militantes do MPLA, do topo à base. “Eu também, que estou aqui a falar, me beneficiei! Concordo com o colega (Adriano Botelho) Vasconcelos que defende que o MPLA precisa de fazer uma catarse. Temos de ser suficientemente fortes e autocríticos”, defendeu Alberto Neto, para quem foi feliz a criação do slogan para a actual governação, “melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”.

O diplomata admitiu que a acção do Executivo poderá dividir o MPLA, mas considerou que o partido é suficientemente forte para saber como unir eventuais facções internas.

C JA




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