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Irão reforça arsenal da Rússia em apoio à invasão da Ucrânia
Não é a primeira vez que Teerão blinda Moscovo na sua operação contra Kiev. Entretanto, Bruxelas já fez saber que deverá revogar os acordos bilaterais de transporte aéreo com aquela importante capital do Médio Oriente.
Os Estados Unidos da América (EUA), que há dias alertavam o mundo de que o Irão estava na iminência de abrir uma nova vaga de envio de mísseis balísticos à Rússia, anunciaram ontem, 10 de Setembro, que a operação já foi concluída, e que o Kremlin poderá usar o referido material bélico nos próximos dias em solo ucraniano.
Os dados de inteligência norte-americanos foram tornados públicos pelo seu Secretário de Estado, Antony Blinken, que não deixou de avisar o regime iraniano sobre passíveis consequências.
Há quem questiona os EUA sobre a razão das sanções a aplicar ao Irão pelo facto de o país apoiar a Rússia na guerra contra a Ucrânia, quando Washington também apoia Kiev no conflito. A resposta é simples: a invasão da Rússia sobre a Ucrânia viola o Direito Internacional, e o fornecimento de armas ao agressor significa apoio às violações das regras legais concebidas para manter o mundo mais estável. Daí que o fornecimento de armas do Irão é feito às escuras, e o apoio dos EUA para que a Ucrânia possa se defender, é realizado à luz do dia.
De referir que não é a primeira vez que Teerão blinda Moscovo na sua invasão a Kiev. E a União Europeia já fez saber que deverá revogar os acordos bilaterais de transporte aéreo com aquele país do Médio Oriente.
“Esta é uma nova escalada no apoio do Irão à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, através da qual os mísseis iranianos atingirão o território europeu e aumentarão ainda mais a dor dos ucranianos”, sublinharam em comunicado conjunto os ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Reino Unido e da França.
“Esta é uma escalada tanto do lado iraniano como do lado russo e constitui uma ameaça directa contra a segurança europeia”, lê-se no documento assinado pela alemã Annalena Baerbock, o britânico David Lammy e o francês Stéphane Séjourné.
A Alemanha, a França e o Reino Unido vão também promover medidas para que a companhia aérea estatal Iran Air seja sancionada.
O sistema de mísseis balísticos iraniano, que tem um alcance máximo de 120 quilómetros, permitirá à Rússia aumentar o seu raio de acção nos combates contra as forças ucranianas.