Educação Financeira
Investir na Bolsa – Parte 4 de 6
Este é o quarto artigo (4) sobre investir na Bolsa ou no Mercado de Valores Mobiliários e hoje dedico aos indicadores associados à Bolsa, neste caso os mais importantes, ligados às empresas. Quando comecei a pensar em escrever sobre a Bolsa de Valores, pensei em três (3) artigos. Na semana passada passada passaram para cinco (5), mas hoje, decidi passei para seis (6) artigos.
Quando se trata de acompanhar acções especialmente, de escolher empresas, existem diversas formas de conseguir analisá-las com precisão. Desde acompanhar as notícias relacionadas até observar a reação do mercado. No entanto, para quem objectiva ter uma percepção completa sobre as organizações, a melhor forma é avaliar os KPIs financeiros.
Os indicadores são óptimas ferramentas para analisar o negócio. Porém, é preciso ter um conhecimento mais aprofundado para entender como eles podem ajudar. É necessário aprender a utilizá-los de acordo com a sua estratégia de investimento. Isso pode ser feito sozinho, mas o ideal é obter ajuda de uma instituição especializada, que poderá auxiliá-lo fornecendo as análises e comparativos necessários para realmente conhecer o investimento que está fazendo.
Indicadores Financeiros (KPIs)
Tratam-se de ferramentas que medem a “temperatura”, a “saúde” das empresas cotadas em Bolsa. Dessa forma, os KPIs são fundamentais, não só para investidores, mas também para a própria gestão do negócio. Quer entender mais sobre eles?
O que são KPIs financeiros?
De maneira geral, KPIs (Key Performance Indicator) representam os indicadores para mensurar o alcance de objectivos (qualitativos) e metas (quantitativos). Eles são usados em diversos sectores, como o marketing, administração, entre outros. Especificamente para as finanças, eles funcionam como uma maneira de mensurar os processos do negócio que envolvem as decisões relacionadas a esse aspecto.
Qual é a sua finalidade?
Aqui, precisamos separar o seu objectivo entre duas situações. A primeira (1), é a do investidor, cujos indicadores são uma forma de avaliar o desempenho do negócio. É uma forma de entender se a empresa está com um bom direcionamento e tem possibilidades de obter lucros e se manter no mercado.
A segunda (2), é para a gestão de uma empresa. Nesse caso, eles são a base para as decisões dos líderes. São eles que ajudam o sector de finanças a analisar se haverá caixa suficiente, se os lucros cobrem os custos e se o retorno do investimento é adequado.
Como são incorporados à análise?
Geralmente, assim que o investidor encontra uma empresa de seu interesse, ele deve começar o processo de pesquisa. Conhecer os produtos e serviços prestados, além de avaliar, se os valores e objectivos da empresa estão de acordo e então, começar a analisá-la pelos olhares do mercado.
Além da verificação de notícias relacionadas, nesse ponto também são considerados os indicadores de desempenho do negócio. Nesse sentido, é importante evitar erros comuns de investidores iniciantes, como focar apenas nos números da Bolsa. É fundamental avaliar os resultados e perspectivas.
A ideia é sempre formar uma percepção a longo prazo, principalmente, se estiver realizando a análise fundamentalista. Nela, as informações como lucro, fluxo de caixa, demonstração de resultados, entre outros são muito importantes.
Quais são os principais KPIs financeiros da Bolsa de Valores?
Existem diversos KPIs financeiros quando se trata de aumentar a carteira de acções. Alguns possuem ligação directa com o objectivo do investidor em relação à empresa, outros são mais gerais, mas ajudam a entender se a gestão está fazendo um bom trabalho. A seguir, vamos apresentar alguns dos principais.
Facturação
A facturação é a soma de tudo o que a empresa arrecadou com a venda de seus produtos ou serviços num mês, anos ou outro período. Portanto, seja um recebimento à vista ou parcelado, ele contará como facturação/volume de negócios. É muito importante, pois indica se as vendas do negócio são suficientes para arcar com os custos e também gerar lucros. Digamos que ele seria um KPI que auxiliaria a entender se todas as estratégias, investimentos, publicidade e qualidade do produto conseguem gerar consumidores.
Nesse ponto, existem 2 tipos de facturação avaliada: a bruta e a líquida. A primeira é tudo o que a empresa ganha sem os devidos descontos. Já a segunda, é o valor final, com as deduções, como impostos, produtos devolvidos ou cancelados, etc.
Lucro bruto e líquido
Mais do que conseguir vender os seus produtos e serviços, toda a empresa objectiva gerar recursos financeiros para arcar com as suas despesas e ainda sobrar uma porcentagem. Essa sobra é o que chamamos lucro. Assim como o faturamento, ele pode ser mensurado como líquido ou bruto, tendo os mesmos fundamentos. Enquanto o primeiro é o resultado da receita total menos os custos, o segundo é o que a empresa conseguiu sem as deduções.
Aqui, é importante esclarecer que apesar da semelhança, lucro não é a mesma coisa que facturação. No lucro não são somadas apenas as vendas, mas sim, tudo o que gera rendimentos para a empresa, por exemplo, os investimentos. Eles são fundamentais para mostrar o quanto de dinheiro a empresa consegue gerar a mais e que também deverá distribuído entre os sócios e accionistas.
Ponto de equilíbrio
Esse é um KPI muito bom para entender os limites financeiros da empresa, principalmente, se ela não está ultrapassando-os. Isto porque ele representa o momento em que a receita líquida é igual aos custos e despesas, sem nenhum lucro líquido. Funciona como uma boa maneira de analisar o quanto a empresa precisa vender para não entrar no prejuízo. A ideia é ultrapassá-lo de maneira positiva para que os lucros sejam sempre maiores.
Margem de lucro
Como o nome indica, é um KPI relacionado ao lucro. Ele representa a porcentagem que a empresa objectiva ganhar a mais em relação aos custos totais de um produto ou serviço. A sua importância é grande para definir os preços, já que garante que o valor cubra todos os gastos relacionados. É uma forma de entender como a empresa está gerando lucro e se essa porcentagem é satisfatória para ser convertida para os acionistas e sócios.
Margem de contribuição
Após cobrir os custos de produção e os impostos, o ideal é que sobre alguma porcentagem. Esse dinheiro é conhecido como margem de contribuição. Ele é utilizado para arcar com os gastos fixos da empresa, como folha de pagamento, manutenção, entre outros, além de constituir um pouco do lucro. Assim, ele funciona junto a outros indicadores como uma forma de analisar se a empresa tem rendimentos suficientes.
Artigo 158.
Para a semana, em princípio, será o penúltimo artigo dedicado a este tema da Bolsa de Valores Mobiliários.