Educação Financeira
Investir na Bolsa – Parte 2 de 5
Este é o segundo artigo (2) sobre investir na Bolsa ou no Mercado de Valores Mobiliários, mas vou alargar para mais artigos para 2 de 5. Há mais produtos transaccionáveis em Bolsa angolana que não se cingem à compra, venda, permuta de acções. Há Fundos de Investimento, Obrigações, etc, e tais produtos serão alvo de esclarecimento para os meus leitores.
Ainda no tema de acçções, o que são acções?
O capital das empresas é dividido em centenas, milhares ou até milhões de pequenas partes – e cada uma delas é uma acção. Parte das acções pertence aos empreendedores, empresários, parte a outros donos de capital: accionistas. Em alguns casos, uma terceira parte é negociada na bolsa de valores, onde os investidores podem comprá-las e vendê-las. Quem compra esses papéis no mercado se torna também um(a) accionista.
Ao comprar acções de uma companhia aberta, os investidores em geral têm o objectivo de compartilhar dos ganhos que ela obtém. Isso se dá, basicamente, de duas maneiras. As empresas distribuem dividendos, que são parte dos seus resultados líquidos após pagamento do imposto sobre o rendimento. Eles são pagos aos investidores na proporção do número de acções que cada um deles possui.
A outra forma de ganhar na bolsa de valores é com a valorização das acções. As cotações variam com o tempo, conforme as companhias crescem e também de acordo com os movimentos da economia e do mercado. Sai ganhando quem investe em acções por um valor e se desfaz delas mais tarde, vendendo os papéis por um preço maior.
Estratégias para investir em acções
Não existe um jeito só de investir em ações. Na verdade, há uma infinidade de técnicas e estratégias diferentes de operar com renda variável. A escolha das mais adequadas depende do perfil do investidor e seus objectivos, mas também do momento e das condições do mercado. Conheça algumas das estratégias mais comuns abaixo:
Day trade
É assim que são chamadas as negociações de curtíssimo prazo realizadas na Bolsa de Valores Mobiliários. E o prazo é curtíssimo de verdade: umday trade é uma operação que combina a compra e a venda de uma mesma acção em um mesmo dia, pelo mesmo investidor, usando a mesma conta e na mesma corretora ou em Angola: Sociedade Distribuidora de Valores Mobiliários. Assim sendo, a liquidação de um day trade é exclusivamente financeira. As ações não transitam pela carteira de custódia do investidor. Muitas vezes, quem negocia lança mão da alavancagem – operando um valor maior do que efetcivamente possui – numa tentativa de ampliar os ganhos.
Swing trade
De modo geral, investimentos com um horizonte de alguns dias, semanas ou meses – até um ano – são considerados de curto prazo. No mercado de acções, uma técnica comum para fazer aplicações desse tipo é chamada de swing trade. Mesmo com a compra e a venda não sendo finalizadas no mesmo dia, as operações de curto prazo ainda exigem um acompanhamento constante do mercado, pois se baseiam em achar oportunidades de ganho em pouco tempo.
Longo prazo
É bastante comum ouvir a recomendação de que ações são investimentos interessantes para quem tem o longo prazo como objectivo. Existem algumas razões para isso.
Ao comprar acções, o investidor torna-se accionista da empresa e tende a ganhar junto com ela conforme a receita cresce e os resultados aparecem. E isto leva tempo…
Também é importante lembrar que, embora reflictam os resucltados das empresas, os preços das ações também variam conforme as condições do mercado. É comum que alguns acontecimentos transitórios causem euforia – ou desespero – no mercado, o que pode ter um impacto directo sobre as cotações. Elas tanto podem subir quanto cair de maneira repentina.
Uma declaração negativa feita por um governante, por exemplo, tem potencial para causar efeitos desse tipo. De uma hora para outra, as acções que você possui podem passar a valer 5% ou 10% menos. Tal não significa que a empresa deixou de ser uma boa aposta, e sim que naquele momento ela sofreu uma interferência externa no seu preço.
Uma técnica bastante usada por quem opera no longo prazo é chamada de position trade, em que as posições em acções são mantidas por mais tempo. É uma boa pedida inclusive para quem não tem tempo de se dedicar todos os dias a acompanhar os movimentos da bolsa.
Dividendos
Alguns investidores interessam-se mais pelos dividendos distribuídos pelas empresas do que propriamente pela possibilidade de ganhar com a valorização das acções. É uma forma de gerar renda passiva operando na bolsa de valores, em vez de com títulos públicos ou outros papéis de renda fixa.
Normalmente, empresas bem estabelecidas, que tenham as suas receitas a crescer de maneira constante e sem uma necessidade muito grande de investimento são boas pagadoras de dividendos.
Os dividendos recebidos das empresas podem tanto servir como uma renda recorrente do investidor, quanto podem ser reaplicados na compra de mais acções. Tudo depende dos objectivos e interesses de cada um.
Long and short
Quando se pensa em Bolsa de Valores, a operação mais tradicional é a compra de acções, uma posição também conhecida como “long”. Porém, é possível realizar outros tipos de negociações, baseadas na venda de papéis. Elas costumam ser recomendadas para quem já possui alguma familiaridade com o mercado.
Operar vendido (ou “short”) é o mesmo que vender uma acção antes mesmo de comprá-la. Numa operação tradicional de compra, o principal objectivo é conseguir adquirir papéis por um preço mais baixo e, no futuro, desfazer-se deles a um preço mais alto.
Já numa operação vendida, o raciocínio é exactamente o oposto: vender as acções e recomprá-las mais tarde por um valor mais baixo, embolsando a diferença.
Este é o meu artigo 156.
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