Opinião
Intimidação e abuso de poder a jornalistas testam novo paradigma de governação na era JLO
Não faz muito tempo, que numa curta entrevista concedida ao Jornal de Angola, a propósito do Dia da Liberdade de Imprensa, o ex-titular da Comunicação Social, terá assegurado que o país tem registado avanços inegáveis no capítulo da Liberdade de Imprensa. Na altura, Melo, pediu aos Jornalistas que pautassem pelo exercício da actividade com profissionalismo.
Depois de recuperar 12 lugares na classificação relativa a 2018, o país, subiu, em 2019 para o lugar 106, no que diz respeito á qualidade de liberdade de imprensa, segundo um relatório da Organização Não-Governamental “Repórteres Sem Fronteiras” (RSF) que analisa 180 países ou territórios. Segundo aquela Organização Não-Governamental, “a liberdade de imprensa no País, indica uma ligeira tendência de melhoria que pode ser atribuído, graças ao novo paradigma de Governação”.
Os rasgos elogios atribuídos ao Presidente da República, no chamado novo paradigma de governação, parece estarem a cair em terra, com os sucessivos relatos de intimidações e abuso de poder contra Jornalistas no exercício das suas funções.
Recentemente, o secretário provincial do Sindicato de Jornalistas Angolanos (SJA) no Namibe, Armando Chicoca, foi constituído arguido por indícios de violação dos limites ao exercício da liberdade de imprensa, num processo, que no entender do Sindicato dos Jornalistas, visa intimidar o profissional da comunicação.
Armando Chicoca, respondeu esta semana na Procuradoria-Geral da República (PGR) ao primeiro interrogatório no processo no qual é também indiciado do crime de injúria contra agentes da autoridade ou força pública, mais propriamente a escolta do governador do Namibe, Archer Mangueira.
Reagindo a notificação da PGR contra o Jornalista Angolano no Namibe, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos, em comunicado, “ considerou de preocupante e despido de qualquer fundamento a acção movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no Namibe, contra o jornalista Armando José Chicoca.
O sindicato, entende que o acto da PGR visa inibir a liberdade de imprensa e sindical, em particular do jornalista Armando Chicoca, que representa o Sindicato naquela província, pelo que manifesta incondicional solidariedade ao profissional e a todos os jornalistas do Namibe.
Em Luanda, um outro episódio de abuso de poder foi registado esta semana. Três Jornalistas da Palanca-tv, foram “maltratados” por um suposto Director do aterro sanitário dos Mulenvos, quando estes, em pleno exercício de trabalho, encontravam-se em Directo para estacão que trabalham. Os Jornalistas foram interrompidos de continuar, e de forma coerciva levados a uma esquadra policial próxima onde viram-se libertados horas depois, mas com o material de trabalho danificado, uma situação, que obrigou o MISA a instar “as autoridades a apurarem a ocorrência e responsabilizar possíveis prevaricadores, para que tal prática não se torne regra”.