Opinião
A inteligência e o mérito nos nossos dias
Por: Victor Hugo Mendes
Hoje, com a veloz evolução das sociedades decorrentes do uso cada vez maior das tecnologias de informação e comunicação, não há nenhuma dúvida que aquele que melhor se preparar e aumentar o seu coeficiente de inteligência, será o destino dos demais. Sempre foi assim.
Mas é importante referir que não basta ser inteligente. Numa sociedade ainda com níveis de desequilíbrios em termos de concorrência, não é menos verdade que a cada dia que passa os sinais de que precisamos de gente com mais capacidade é um facto.
Esta pura realidade, esta verdade nua mas cozida depois do soco no estomago dado a sociedade angolana, tao logo que a crise rompeu a nossas fronteiras e obrigou a que muitos expatriados tirassem voado da banda, conseguimos perceber que por aqui como em qualquer outro lugar que se queira mostrar bom para se viver, para além da inteligência, precisa de ter gente competente, responsável, comprometida com os desafios do país nem que seja esta a última gota dágua do oceano de esperança que devemos ter; é claro que precisamos de promover o mérito.
A moda dos bajuladores ou dos caxicos como aqui na banda são conhecidos, não deverá constar nos anais da história de um país forte que se deseja construir.
Todos são importantes, com o seu saber, educação, sua visão, formação, experiência e principalmente a sua coragem para que se consiga promover os mais inteligentes, promover o mérito.
Respeitar a diferença é importante e fundamental. Os tempos hoje são outros e correm mais rápido que todos os bufos da pide juntos no passado.
Bajular é um verbo transitivo directo na língua portuguesa, utilizado no sentido de praticar a adulação ou o lisonjeio com o propósito de conquistar algo em troca, como uma recompensa.
A bajulação – o ato de bajular – é normalmente caracterizada pelo exagero dos elogios ou carinhos.
Exemplo: “O aluno está bajula a professora para conseguir uma boa nota” ou “O funcionário passa os dias a bajular o chefe a espera de um aumento de salário”.
Aquele que para nós é chamado de caxico ou bajulador – indivíduo que bajula – é tido como um aproveitador e oportunista, pois utiliza de falsos sentimentos para conquistar os seus objetivos.
Por esta razão, o termo “bajular” é considerado pejorativo.
O bajulador só é verdadeiro uma única vez na vida. No dia em que tudo der errado e seguramente não vai estar do seu lado.
O egoísmo está para o bajulador, com altruísmo para aquele que opta por fazer ou levar uma vida sá, promovendo o bem e o mérito.
Procure se educar. Mantenha em mente que a educação não é algo vago que você é forçado a fazer na escola para obter diplomas e certificações: é a compreensão do mundo ao seu redor.
Seja ousado, seja curioso, tenha coragem e enfrente os seus medos. Experimente ser inteligente e conquiste seus ganhos por mérito.
Estabeleça laços. Ganhe o hábito de se informar, em vez de simplesmente colher coisas aleatórias e inúteis.
Visite novos lugares o máximo que puder. Se possível, tente visitar outros países também. Visitar outras cidades no nosso país a abra a mente que lhe vai ensinar mais coisas sobre o mundo em que vivemos.
Eu continuo acreditar que está a chegar o tempo que o mérito será bem mais valorizado em Angola.
As pessoas precisam de ver o mérito valorizado para se sentirem mais inspiradas e motivadas.
Um dos objectivos fundamentais da construção do Estado Democrático e de Direito em Angola passa também pela valorização e efectivação de valores como o trabalho, a solidariedade, a igualdade e o progresso social que incentivem o mérito.
Os critérios salariais baseados no mérito garantem a todos os trabalhadores com o mesmo perfil e desempenho profissional, as mesmas remunerações.
Em muitas empresas, esta realidade ainda está por cumprir, facto que permite reconhecer o longo percurso que falta percorrer para tornar realidade a efectivação do mérito como pressuposto remuneratório nas empresas e instituições.
As instituições e empresas sedeadas em Angola não podem ignorar ou afastar em definitivo esta prática, sob pena de desvirtuarem as regras do jogo.
Quem tem sabe mais, quem tem mais experiência, quem está mais disponível, quem tem um desempenho de elevado mérito e uma produtividade acima da média tem de ser remunerado melhor do que quem não é assíduo, revela pouca competência e por isso a sua produtividade é baixa ou mesmo nula.
Para isso, é com inteligência que são promovidas, respeitadas todas aquelas pessoas que constroem o seu percurso de vida com mérito.