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Inteligência Artificial: “é necessário garantir que ninguém fique para trás” – Banco Mundial
Actualmente, há um intenso debate sobre o quanto o uso de inteligência artificial poderia contribuir para o aumento do desemprego, na medida em que esta tecnologia acaba por desempenhar de forma muito mais rápida e por vezes eficaz, uma tarefa que seria comummente realizada por um ser humano. Entretanto, um estudo da Organização Internacional do trabalho, em parceria com o Banco Mundial voltado para a América Latina e Caribe, traz um certo alívio para os que estão preocupados: “a expectativa é que a inteligência artificial generativa aumente e transforme os empregos, em vez de gerar uma automatização total”.
Divulgado esta quinta-feira, 01, no sítio das Nações Unidas, segundo o estudo, “especificamente, entre 8% e 14% dos empregos nessas regiões poderiam ver a sua produtividade melhorada, enquanto apenas entre 2% e 5% correm o risco de dispensarem totalmente a participação humana”.
O estudo reforça o que os analistas de inteligência artificial vêm defendendo, de que a tecnologia não vai retirar empregos de humanos, mas aqueles que não se especializarem, sim, poderão ser substituídos por profissionais que dominam conceitos e ferramentas de IA.
“As mulheres, bem como os trabalhadores urbanos mais jovens e qualificados nos sectores formais, enfrentam maiores riscos de automação por parte da IA generativa, o que poderia agravar as desigualdades económicas regionais e a informalidade”, diz o relatório da OIT e Banco Mundial
Dentre as causas, segundo o estudo, estaria “uma exclusão digital significativa na região que pode impedir esses profissionais de aproveitarem plenamente os benefícios potenciais da inteligência artificial generativa“.
Entenda IA Generativa como aquela capaz de criar novos conteúdos, isso inclui textos, áudios, vídeos, relatórios, músicas, apresentações, análise, etc. Ou seja, a partir do treinamento recebido, esses Modelos de IA são capazes de recriar.
“Isto poderia afectar cerca de metade dos empregos que alcançariam maior produtividade com esta tecnologia, correspondendo a 7 milhões de postos de trabalho para mulheres e 10 milhões para homens na região”, ressalta, o estudo.
De acordo com a OIT e o Banco Mundial, “os trabalhadores assalariados e autónomos, como vendedores, arquitectos, educadores, profissionais de saúde ou de serviços pessoais, têm maior probabilidade de se beneficiar dos efeitos transformadores da inovação”.
Hoje, a Inteligência Artificial já vem sendo utilizada em larga escala por vários sectores como auxílio para a decisão humana ou mesmo automação de tarefas.
Contudo, segundo o economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, William Maloney, para aproveitar estas oportunidades, o especialista afirma que “é vital que os países da região invistam na conectividade e nas competências, reforçando simultaneamente os sistemas de protecção social para garantir que ninguém fique para trás”.