Sociedade

Inteligência Artificial e digitalização deverão gerar mais de nove milhões de empregos

Publicado

em

A Inteligência Artificial e a digitalização deverão gerar mais de nove milhões de novos postos de trabalhos até 2030. A afirmação foi feita pelo coordenador do I Fórum Nacional de Inteligência Artificial (FNIA25), Estevão Zinga, que decorreu esta segunda-feira, 14, em Luanda.

De acordo com relatórios, o uso de IA e a digitalização deverão trazer para as profissões novas competências e treinar os perfis exigidos, a fim de preparar Angola para esta nova realidade, é prioridade estratégica.

É nesse espírito que se lançou a primeira Comunidade Angolana de Inteligência Artificial, a CIA, que é um espaço colaborativo, de inovação, literacia digital e partilha de conhecimento com foco na ética, inclusão e capacitação tecnológica.

“Temos talento nacional e juventude motivada para inovar e condições estruturais cada vez mais propícias para a construção de um ecossistema tecnológico robusto, moderno e competitivo”, disse.

Estevão Zinga, avançou que a edição deste evento marca a celebração dos 50 anos de independência e também, o início de uma nova etapa, “face ao nosso sistema tecnológico com participação activa de líderes de diversos sectores unidos com compromisso de impulsionar e transformar o sistema digital do país”.

O coordenador frisou também, que o contexto local está em constante mutação e que a Inteligência Artificial surge, não como uma ameaça, mas como uma oportunidade de reconfigurar positivamente.

Iniciativas em curso

Segundo o Director do Instituto de Modernização Administrativa (IMA), Meick Afonso,  já existem pequenas iniciativas em modo experimental em Angola, mas ainda “não temos um projecto estruturado”, entretanto, deixou claro, que “isso não significa que não estejam a trabalhar”.

“Estamos a trabalhar numa estratégia para adopção da Inteligência Artificial a nível da Administração Pública, no âmbito do nosso projecto de dados na administração pública e com o objectivo de criar serviços públicos mais ágeis que possam de algum modo apoiar na prestação de serviços públicos sem substituição da prestação de serviço por via dos nossos funcionários”, expôs.

Meick Afonso, ressaltou que a inclusão digital é um factor importante, pois “é um mecanismo a partir do qual é possível assegurar a adopção de tecnologias que garantam a integração de todos, e em sentido inverso, a adopção na nossa estratégia de Inteligência Artificial para os serviços públicos deverá ter como pilar a inclusão digital”:

“Não podemos pensar em ter serviços públicos modernos se não garantirmos que eles sirvam e cheguem a todos”.

O responsável deixou claro que a legislação angolana é robusta, e que está a ser feito um trabalho, desde 2011, e fez perceber que a tecnologia continua a evoluir, logo, a necessidade de uma nova regulamentação

“É por esta razão que nós, no âmbito da adopção digital nos serviços públicos, estamos agora a trabalhar numa base legal nova adequada aos desafios da própria Inteligência Artificial e colocamos aqui uma necessidade de regulação, pois é necessário que seja ética e com uma base forte e é nesse sentido que de modo geral continuamos a trabalhar, para que tenhamos uma lei para o governo digital, mais específica no quadrante da Inteligência Artificial”, frisou.

Meick Afonso, ressaltou que existe um financiamento no Banco Mundial no valor de USD 300 milhões, que é um dos pilares efectivamente da legislação e regulamentação, e explicou que já foi lançado um concurso público que nessa altura decorre o processo de manifestação de interesse e contam com esta base para a realização de um estudo para definição concreta de que leis devem ser criadas e que regulamentos se precisam para alterar, e acima de tudo criar espaço para que esse processo seja evolutivo.

Opinião partilhada pelo sócio da PWC – Angola, Tito Tavares, que avançou que a nível africano, o que vai acontecer, sobretudo, são duas coisas, criar a legislação para dar conforto para as instituições que podem criar e depois muito importante usar sempre o contexto local.

“Não podemos achar que vamos simplesmente trazer regras de outros países a pensar que vão funcionar em Angola. Angola tem o seu próprio contexto, as suas dificuldades de telecomunicação, os próprios técnicos têm dificuldades de formação, que têm de ser vistas como oportunidades e têm que ser trazidas para dentro da legislação para que as organizações sintam vontade de usar essas ferramentas como ajuda catapultada para alcançar o domínio”, ressaltou.

Deixar uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Exit mobile version