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Instabilidade no Sahel alimenta mercado clandestino de armas, diz analista

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O Presidente do Senegal garantiu na sexta-feira, 04, ter feito “tudo” para trazer de volta à CEDEAO o Mali, Burkina Faso e Níger, considerando, contudo, que estes países são “livres de fazer as suas próprias escolhas”.

Bassirou Diomaye Faye disse “ter pedido que as pessoas se sentassem à volta de uma mesa e conversassem para preservar as hipóteses de manter uma organização sub-regional forte”, referiu Faye.

Faye afirmou ainda sentir que ao fazer isso tinha cumprido o seu dever, sublinhando, contudo, que “estes países, como outros, são soberanos, são livres de fazer as suas próprias escolhas e são eles que decidem o que querem fazer e para onde querem ir”.

Os três países do Sahel abandonaram no mês de Janeiro, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que consideraram ser subserviente a França, e fundaram a Aliança dos Estados do Sahel (AES).

Para o especialista em relações internacionais Adalberto Malú estas declarações ilustram a complexidade da instabilidade no Sahel, beneficiando múltiplos actores globais com objectivos distintos, onde a Rússia é o mais visível, capitalizando o sentimento antiocidental.

O especialista em relações internacionais disse, por outro lado, que a instabilidade alimenta um mercado clandestino de armas e segurança para as empresas russas e turcas que lucram com contratos opacos.

Adalberto Malú afirmou ainda que a Rússia e a China oferecem apoio financeiro, em troca de concessões estratégicas das minas de diamantes no Níger.

Para o especialista em relações internacionais, a evolução da estabilidade dependerá de quatro elementos fundamentais, como a eficiência contra terrorista, a pressão regional, a dinâmica geopolítica e a resiliência económica, onde as juntas permanecem no poder normalizando relações com a Rússia e a China, sem uma clara intervenção da CEDEAO.




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