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Opinião

Infopandemia da Covid-19

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A única coisa que se espalha mais rapidamente e de forma mais proliferativa em todo o mundo do que a actual pandemia de coronavírus é a falsa notícia e a desinformação a ela associada. O problema é tão gigantesco que a Organização Mundial de Saúde (OMS) chama à esta pandemia global de infopandemia, apontando para as quantidades maciças de notícias falsas sobre a Covid-19 que estão a ser partilhadas.

De acordo com investigações publicadas no American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, nos primeiros três meses de 2020, cerca de 6 000 pessoas em todo o mundo foram hospitalizadas devido a falsas informações sobre o coronavírus e vários investigadores acreditam que cerca de 800 pessoas possam ter morrido durante este período pelo mesmo factor. Dezoito meses depois, continua haver mortes associadas a notícias falsas e desinformação.

Segundo a OMS, as infodemias são quantidades excessivas de rumores e falsas informações que circulam durante uma emergência sanitária, e quando isto acontece torna-se difícil identificar soluções eficazes, de combate a pandemia seja ela qual for, e, na maioria das vezes, torna as pessoas desconfiadas e vulneráveis, sendo alvos fáceis para pessoas e organizações inescrupulosas.

Desde o ano passado, a prevalência de notícias falsas sobre o coronavírus em Angola tem vindo a disparar. Histórias como “a Covid-19 não mata os angolanos porque são imunes ao vírus devido aos anti maláricos, e “o álcool e o alho matam o vírus”, são apenas algumas das falsas notícias que circulam pelo país e que devem ser prontamente combatidas por todos.

Estes acontecimentos, bem como diversas actividades fraudulentas associadas a desinformação e ao baixo nível de escolaridade têm deixado as pessoas confusas e desconfiadas sobre o papel da ciência, bem como sobre o desempenho do pessoal médico. Para piorar a situação existem vários Órgãos de Comunicação que de igual modo, publicam notícias sobre a pandemia, sem verificarem a fonte e a veracidade da mesma e o resultado é que a vida de muitos cidadãos esteve e continua a estar em perigo como resultado de notícias falsas.

Para resolver este problema, o gabinete da OMS e o Ministério da Saúde angolano criaram conjuntamente a Aliança Covid-19 – um sistema para combater o flagelo da desinformação. O sistema rastreia e analisa as conversas em torno da pandemia nos meios de comunicação social e tradicionais, e contesta a informação enganosa.

As Nações Unidas também lançaram uma iniciativa global chamada Verified em Maio de 2020 para combater a desinformação sobre a pandemia de Covid-19. A Verified visa ajudar as pessoas a identificar facilmente a desinformação e encorajá-las a absterem-se de partilhar notícias falsas.

Uma campanha denominada #PledgetoPause foi implementada em todo o mundo, o governo, a sociedade civil, os meios de comunicação social e influenciadores, foram convidados a unir-se a campanha, espalhando a palavra de que as falsas notícias são perigosas.

A MultiChoice Africa, como principal âncora de entretenimento em África, está a participar nesta campanha, com a MultiChoice Angola a liderar o caminho. “Cuidado antes de partilhar” é a mensagem que MultiChoice está a promover, pedindo aos angolanos que estejam conscientes de que muito do conteúdo partilhado nos telemóveis pode ter um efeito desastroso no mundo real.

Radio Correio Kianda




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