Economia
Inflação em mínimos ainda é o dobro da previsão do Governo
O pico da inflação mensal em Angola neste período registou-se em julho de 2016, quando, no espaço de um mês, segundo o INE, os preços registaram um aumento médio de 4%.
Entre janeiro e dezembro de 2016 (12 meses) os preços em Angola subiram praticamente 42%, segundo os relatórios anteriores do INE com o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN).
Nos últimos 12 meses, até maio, a inflação acumulada tinha descido para 32,58%, registando em junho nova quebra (acumulada), para 30,5%.
A subida de preços em junho foi influenciada sobretudo pelos setores da “Saúde”, com 3,96%, “Bens e Serviços Diversos”, com 3,22%, “Vestuário e Calçado”, com 2,91%, e “Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção”, com 2,41%.
O valor da inflação a um ano é ainda mais do dobro da previsão de 15,8% para o período entre janeiro e dezembro que o Governo inscreveu no Orçamento Geral do Estado de 2017.
Desde setembro de 2014, e até final de 2016, que a inflação em Angola não parava de aumentar, acompanhando o agravamento da crise económica, financeira e cambial decorrente da quebra na cotação internacional do barril de petróleo bruto, o que fez disparar o custo nomeadamente dos alimentos.
As subidas de preços no último mês foram lideradas pelas províncias do Zaire (2,03%), Cuando Cubango (1,99%), Benguela (1,98%), Cunene (1,95%) e Lunda Norte (1,92%), enquanto na posição oposta figuraram as províncias de Cabinda (1,12%), Huambo (1,16%), Bié (1,18%), Cuanza Sul (1,23%) e Bengo (1,24%).
Em Luanda, considerada uma das capitais mais caras do mundo, os preços subiram de maio para junho 1,58%, enquanto o acumulado a 12 meses baixou para 31,89%.
O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Angola, Ricardo Velloso, alertou a 22 de março, em Luanda, para a necessidade de medidas que ajudem a diminuir a elevada inflação que o país ainda apresenta.
Falando aos jornalistas após um encontro com o ministro das Finanças, Archer Mangueira, com vista à preparação das consultas anuais ao abrigo do artigo IV, o chefe do FMI para Angola destacou que a inflação angolana “ainda está muito resiliente”, apesar das “políticas muito importantes” aplicadas nos últimos meses pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
A preocupação atual do FMI mantém-se à volta da necessidade