“Em Fevereiro, a inflação em Angola atingiu o nível mais baixo em sete anos, impulsionada pela continuação do abrandamento do aumento dos produtos alimentares e por efeitos de base favoráveis”, disse o economista do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI), Thibault Lemaire, prevendo que a inflação “continue a abrandar e chegue ao objectivo do Banco Nacional de Angola de um dígito até final de 2024”.
Thibault Lemaire teceu tais declarações no seguimento da divulgação do relatório do FMI sobre a África subsaariana, no âmbito dos Encontros da Primavera do Fundo. O economista do departamento africano considerou que “Angola tem sido resiliente face aos choques externos e ao ciclo político” e acrescentou que a recuperação do crescimento económico no ano passado assenta no sector não petrolífero.
“A recuperação em 2022 foi impulsionada pelo forte desempenho generalizado do sector não petrolífero e pela recuperação do sector petrolífero, que recuperou, mas cresceu ao ritmo mais lento do que o previsto devido a operações de manutenção temporária no quarto trimestre”, referiu Thibault Lemaire.
Segundo dados do FMI, o crescimento médio de Angola nos próximos anos não vai passar dos 4%, devendo acelerar de 2,8%, em 2022, para 3,5%, este ano, e 3,7%, em 2024, ano em que a inflação deverá finalmente baixar para um dígito.
Angola tem de combinar reformas que garantam a manutenção da disciplina orçamental com reformas estruturais e planos de diversificação, disse o economista do departamento africano do Fundo Monetário Internacional (FMI) Thibault Lemaire.