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Inédito: Arábia Saudita nomeia mulher como embaixadora em Washington
A Arábia Saudita nomeou uma mulher para o cargo de embaixadora nos Estados Unidos, algo sem precedentes na história da diplomacia saudita, numa altura de tensão entre os dois países devido ao homicídio do jornalista Jamal Khashoggi.
Aprincesa Reema bint Bandar irá substituir, em Washington, o príncipe Khaled ben Salman, entretanto nomeado vice-ministro da Defesa. Será a primeira mulher a ocupar esta posição-chave na diplomacia saudita.
Filha do príncipe Bandar ben Sultan, embaixador nos EUA de 1983 a 2005, Rima bint Bandar é considerada uma ativista pelos direitos das mulheres, tendo liderado campanhas para aumentar a participação das mulheres no desporto saudita.
“Reema será a primeira embaixadora na história da Arábia Saudita”, disse o fundador da Arabia Foundation, Ali Shihabi, descrevendo o feito como “um forte sinal para a integração das mulheres no Governo e no trabalho” do reino ultraconservador.
A nomeação surge numa altura em que a imagem dos líderes sauditas foi prejudicada pelo assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi, em outubro, no consulado da Arábia Saudita, em Istambul.
“A nomeação de um novo embaixador é uma tentativa de Riade de dar um novo começo à sua relação com Washington e fazer desaparecer o caso Khashoggi, mesmo que, na prática, isso provavelmente não aconteça, pelo menos não com o Congresso”, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) Kristian Ulrichsen, investigador da Universidade Rice, nos Estados Unidos.