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Incursão ucraniana: russos devem exigir a Putin fim das hostilidades?

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Kremlin já decretou estado de emergência em Kursk e zonas circunvizinhas, por conta das investidas das tropas ucranianas no interior russo, uma possibilidade então impensável desde o início da invasão de Moscovo sobre Kiev, a 24 de Fevereiro de 2022.

Cidadãos russos habitantes da região de Kursk vivenciam o que as populações ucranianas vivem há dois anos e seis meses, como consequência do ataque que o Kremlin desencadeou contra Ucrânia, provocando um êxodo no país, além das mortes, em muitos casos por execução, situação que levou a queixas em tribunais internacionais.

Os russos, embora alguns denunciam os crimes cometidos pelo seu governo na Ucrânia, e apelam ao fim da guerra, têm-no feito muito timidamente, sendo que, grosso modo, mantêm-se em silêncio, algo que se justifica com o facto de nada sofrerem como da invasão de seu país. Noutros casos, e não são poucos, tem havido muito apoio à razão da invasão, sobretudo pela nata intelectual.

Entretanto, a Ucrânia, munida com o apoio financeiro e material bélico ocidental, dá mostras de estar cansada de defender-se no interior do seu território, e lançou na semana finda uma incursão para o interior da Rússia, avançando, pelo menos até o sábado, cerca de 35 quilómetros, causando significativas mortes, e a evacuação da zona de Kursk, levando as autoridades russas a decretarem estado de emergência federal em duas regiões.

Uma base aérea em Lipetsk, também foi atingida, naquilo que, na quarta-feira, era dada como uma mera ofensiva que seria rapidamente repelida.

Peremptório, Kiev já fez saber que o objectivo da incursão passa por enfraquecer as tropas russas no seu próprio território para ganhar uma vantagem em eventuais negociações futuras com Moscovo.

A operação, de acordo com o Financial Times, já não se faz apenas de uma brigada mecanizada equipada de tanques e carros de combate, faz-se também os drones, tendo sido um destes aparelhos que atingiu a base de Lipetsk.

Como recordara o Presidente angolano, a Rússia é uma potência nuclear, que se bateu junto com o Ocidente para o fim do Nazismo, o maior cancro mundial do século passado. A postura agora adoptada contra a Ucrânia acaba por pôr em causa a imagem de respeito à integridade de outros construída há anos, e os bombardeios de que está a ser alvo em seu próprio território pelas forças ucranianas, significativamente inferior às suas forças armadas, põem também em causa a sua capacidade militar.

Já antes, o Grupo Wagner marchou com armas na mão e blindados em território russo com o objectivo de chegar a capital e demover do poder o então ministro da Defesa, Sergei Shoigu. Os wagners só não travaram uma guerra dentro da Rússia com o exército local, face à intervenção do presidente da Bielorrússia, que convenceu o líder do Wagner a parar a marcha a escassos metros da capital Moscovo.

Para o presidente norte-americano, Joe Biden, alguém tem de tirar o poder a Putin. E para diferentes observadores internacionais, o povo russo deve ganhar coragem para levar o presidente a parar a guerra, e salvar a honra da nação construída muito antes da existência de Vladimir Putin.

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