Sociedade
Igreja Católica em Cacuaco aponta abandono das comunidades como consequência do surto de cólera
O pároco de São Marcos, afecto à Igreja Católica, no bairro Belo Monte, em Luanda, padre Paulo Pindali responsabilizou as autoridades pelo surto de cólera no país, e afirma que a situação deve-se ao abandono do estado a estas localidades.
O prelado católico criticou a forma como está a ser combatida a cólera no Belo Monte e no Paraíso, e apelou a construção de um hospital permanente nos referidos bairros e, por outro lado, considerou insuficiente a quantidade de água tratada que está a ser distribuída às populações.
Padre Pindali apelou a ministra da saúde a respeitar o povo e lamentou que “as famílias estejam a comer no aterro sanitário por causa da fome resultante das más políticas”, numa altura em que o país comemora os 50 anos de independência.
O país não registou qualquer morte nas últimas 24 horas, vítima da epidemia de cólera que tem ceifado vidas de dezenas de angolanos desde o agravamento da situação com o aumento de casos em pelo menos 6 províncias.
De acordo com o Ministério da Saúde, apesar de não se registarem mortes, surgiram mais 72 casos, com a maioria a registar-se na província de Luanda, com o epicentro a manter-se em Cacuaco, que sinalizou 28 novas infecções.
Nas Ingombotas foram registados 4 casos, Viana 3, Mulenvos 2, Cazenga 2, Kilamba Kiaxi e Maianga com cada um caso.
Desde o início da epidemia, foram reportados um total cumulativo de 1.153 casos, sendo 789 na província de Luanda, 208 no Icolo e Bengo, 147 na província do Bengo, 3 em Malanje, 4 no Huambo e 2 na Huíla. Registados até agora 45 óbitos.