Sociedade
Huíla regista cerca de cem novos casos de cólera em quatro dias
A província da Huíla registrou, nos últimos quatro dias, 96 novos casos de cólera com 84 altas, aumentando para 2.664, total acumulado desde o início do surto, que já provocou 54 mortes.
Os dados foram avançados pelo director provincial da Saúde, Paulo Lovangamo. De acordo com o responsável, os casos mais preocupantes encontram-se em alguns municípios da província, com destaque para o Lubango, onde a unidade penitenciária da comarca contabiliza mais de 15 casos confirmados da doença.
“Nos últimos quatro dias tivemos registro de 96 novos casos de cólera a nível da província, com um total de 84 altas, que nos leva a um acumulado de 2.664 casos e um total de 54 óbitos. Neste momento temos um total de 43 doentes activos, sendo três no município da Cacula, cinco no município de Xicomba, um no município do Hoquei, referir que esse paciente do município do Hoquei testou positivo no município da Capunda Cavilongo”, explicou.
Disse ainda que em termos de doentes, a província tem 20 doentes no município do Lubango, sete no município da Matala, quatro no município de Quilengues, três no município do Cuvalele.
“Como conseguem reparar, tivemos um aumento exponencial de casos de cólera no município do Lubango, principalmente no último sábado. Parte desses casos tem proveniência da comarca”, disse Paulo Luvangamo que destacou, por outro lado, as medidas de reforço que estão em curso para travar a propagação da cólera.
Uma das medidas, avançou, é a intensificação das ações de vigilância epidemiológica. “A nível da comarca, temos estado a registrar casos há já mais de uma semana. Esteve lá uma equipa multessectorial, encabeçado pela sua excelência, senhor vice-governador, para a área técnica. Esteve também o senhor administrador municipal do Lubango com a sua equipa”, disse.
Outra preocupação apontada pelo responsável é a unidade penitenciária.
Da visita, adiantou, foi possível fazer uma avaliação rápida das medidas que deveriam ser tomadas para fazer a contenção da doença naquela unidade, tendo garantido que a comunidade foi reforçado com um reservatório de água de 10 mil litros.
“Temos estado a abastecer todos os dias este reservatório para substituir um furo que foi identificado como estando contaminado nesta mesma unidade. Temos estado a melhorar a distribuição de água dentro das celas, sendo que reforçamos os reservatórios com torneiras, assim como também aumentamos os espaços de lavagem. Há um trabalho de profilaxia que está a ser feito com os detentos, que é só numa ala, já se fez com 150 detentos”, detalhou, na sua explicação à Rádio Nacional de Angola.
Paulo Luvangamo garantiu ainda que este trabalho de profilaxia está em curso, e também será feito um trabalho de desinfestação daquele local.