Sociedade
Huíla: Julgamento do caso de desvio de combustível inicia dia 22
Um ano após ter despoletado a denúncia, o Tribunal Provincial da Huíla começa a julgar no dia 22 deste mês os 31 arguidos implicados no desvio de quatro milhões e duzentos e trinta e cinco litros de combustível de uma central térmica na cidade do Lubango.
O caso começou em Novembro de 2015, mas só em Janeiro do ano seguinte foi descoberto, tendo o Estado sido lesado em 571 milhões e 725 mil Kwanzas, com os quais os arguidos, entre motoristas e técnicos da Empresa Pública de Produção de Electricidade (PRODEL), da Sonangol e oficiais do Serviço de Investigação Criminal (SIC) adquiriram viaturas, residências e outros bens, já confiscados pelas autoridades.
A data do início do julgamento foi confirmada nesta terça-feira, pelo procurador junto do SIC, Adão do Nascimento, notando que foram constituídos 31 arguidos, 23 dos quais encarcerados, com destaque para o director-adjunto do SIC, superintendente Abel Wayaha, enquanto os restantes respondem o processo em liberdade.
A investigação desenrolou-se em duas fases, sendo que na primeira foram detidos elementos afectos à Prodel e Sonangol e posteriormente oficiais do SIC, suspeitos de terem recebido mais de seis milhões de kwanzas de suborno para libertarem detidos ou evitarem detenções de outros implicados no caso.
Estão também arrolados no processo os receptores do produto roubado, já que, segundo o procurador, sabiam que o negócio era ilegal, pois o preço real e oficial estipulado pelo Estado é de 135 Kwanzas o litro, enquanto os mesmos pagavam no valor de 80 kwanzas cada litro.
O combustível que terá sido desviado, tinha como destino o abastecimento nas subestações eléctrica do Lubango, nomeadamente da Arimba e do Ferroviário, que deixou por um período indeterminado restrições no fornecimento de energia à cidade do Lubango.
Este é o terceiro caso de roubo mediático de combustível na Huíla, sempre envolvendo motoristas da Sonangol e transportadoras contratadas por esta, que buscam o produto a partir do Porto do Namibe, a 180 quilómetros do Lubango, fazendo descargas antes do destino.
O primeiro ocorreu em 1998, que culminou com a expulsão de vários funcionários da concessionária nacional de combustíveis, a Sonangol.