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Huambo: João Lourenço abre amanhã campanha agrícola 2017/2018
Dada a importância que o Executivo atribui ao sector agrícola, no quadro da política de diversificação da economia nacional, a presente campanha será aberta pelo Chefe de Estado, João Lourenço.
O desenvolvimento do sector agrícola, tendo em conta a sua contribuição na criação de empregos directo e indirecto, constitui um ambicioso desafio, assumido publicamente, várias vezes, pelo próprio Presidente da República, durante a campanha eleitoral e é apoiado pelas famílias que fazem do cultivo da terra seu “ganha-pão”. O programa começa a ser colocado já à prova na campanha agrícola 2017/2018, que oficialmente começa nesta quarta-feira.
De acordo com um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), da Universidade José Eduardo dos Santos, a província do Huambo dispõe de um milhão, 461 mil e 128,28 hectares de terras agricultáveis.
Para a correcção dos solos, o Governo local ensaiou com sucesso, desde 2011, a aplicação de calcário dolomítico para eliminar a acidez e, consequentemente, aumentar os níveis de produção.
Para a campanha agrícola 2017/2018, este processo vai ser implementado em sete municipios da província, mais cinco que nos anos anteriores, perfazendo, pelo menos, dois mil hectares de terras aráveis, tendo sido selecionadas as localidades cujos solos são considerados os mais pobres em nutrientes (Huambo, Mungo, Cachiungo, Longonjo, Londuimbali, Caála e Bailundo).
Crucial na estratégia de redução da pobreza e na garantia de crescimento inclusivo, além de ser a base para o desenvolvimento do país e factor decisivo na diversificação da economia, o sector agrícola está a ser visto, desde finais de 2016, com maior seriedade, no sentido de efectivar os desafios e recuperar o sistema nacional de produção alimentar.
A necessidade de reforço da produção agrícola, colocando-a a níveis percentuais maiores que no passado, passa pela criação, permanentemente, de políticas públicas dirigidas para o sector, que assegurem os meios de produção e de financiamento.
“O Huambo é o celeiro de Angola, a população é, por natureza, produtora, a produção é visível. Por que não continuar a apostar na agricultura? O planalto central tem condições para voltar a produzir com fartura e ser o celeiro nacional que foi outrora”, desafiou João Lourenço na abertura da campanha política no planalto central, em finais de Julho.
Nesta região, pontecialmente agrícola, as linhas mestras para dar cumprimento ao desiderato foram já definidas, assentes na aquisição e disponibilidade aos camponeses, a preços subvencionados, de maiores quantidades de inputs, desde sementes melhoradas, adubos, instrumentos de trabalho e assistência técnica às cooperativas agrícolas e associações de camponeses.
O que se pretende, de facto, é transformar as terras agricultáveis em principais fontes de riqueza da população local, no quadro da diversificação da economia nacional, passando de uma agricultura de subsistência para a mecanizada.
Este “novo fôlego” a uma das mais importantes actividades do sector primário decorre do facto do planalto central ter potencialidades naturais (clima, rios e solos) que sempre fizeram do seu povo gerador da sua própria auto-suficiência alimentar.