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HRW diz que Bolsonaro na presidência representa risco aos direitos humanos
A ONG Human Rights Watch (HRW) criticou no seu relatório anual divulgado nesta quinta-feira a situação dos direitos humanos no Brasil, Venezuela, México e Nicarágua, e afirmou que o mundo vive “tempos difíceis”, embora a “resistência” esteja “a ganhar força” nas instituições e na rua, especialmente na América Latina.
O diretor-executivo da HRW, Kenneth Roth, disse em entrevista à Agência Efe que o autoritarismo não está a contar toda a história e que no subcontinente foram registradas “importantes notícias” no ano passado, como a condenação ao “desastre” da Venezuela, defendida pelo Grupo de Lima.
Roth chamou de “avanço” a atuação destes atores “incomuns” que, “talvez” pela ausência dos Estados Unidos, se atreveram a levar a questão das violações dos direitos humanos na Venezuela e Nicarágua para a arena internacional e conseguiram avançar nas suas sentenças.
Segundo Roth, o Brasil é um dos países latino-americanos que mais preocupam. O relatório apresentado em Berlim (Alemanha) denuncia o grande risco que representa a chegada de Jair Bolsonaro à presidência, que defendeu “a tortura e outras práticas abusivas e fez declarações abertamente racistas, homofóbicas e misóginas”.
Apesar disso, acrescenta Roth, o “Trump do Brasil” também vai poder se deparar com a “resistência” que o presidente dos Estados Unidos enfrenta no seu país, já que a nação sul-americana é uma “democracia forte” com Justiça “independente” e uma sociedade civil consolidada.
No ano passado, diz o documento da ONG, “a violência alcançou um novo recorde” no Brasil, com 64 mil homicídios, a “violência doméstica” continuou a ser habitual e aconteceram casos de “ataques xenófobos graves” contra migrantes venezuelanos.
EFE