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Sociedade

Hospital Sanatório de Luanda vai ser reabilitado e ampliado a partir de Março de 2018

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Quarenta e cinco anos depois da sua inauguração, sem beneficiar de nenhuma obra de beneficência, o Hospital Sanatório de Luanda vai ser reabilitado e ampliado a partir do mês de Março do próximo ano, anunciou esta sexta-feira 15, em Luanda, a ministra da Saúde, Silvia Lutucuta.

As obras vão durar 20 meses, segundo o arquitecto Ricardo Henriques que procedeu à apresentação do projecto. Na primeira fase, vai ser construída as novas instalações, em oito meses, para permitir a transferência dos pacientes que se encontram no edifício antigo a ser recuperado.

A ministra falava no final da visita do Presidente da República, João Lourenço, à unidade hospitalar que se encontra em estado avançado de degradação. O projecto de reabilitação e expansão das instalações do hospital foi apresentado ao Presidente da República, depois de ter visitado a infra-estrutura para constatar o nível de degradação, 45 anos depois da sua inauguração (15 de Julho de 1972) sem ter beneficiado de obras de reabilitação.

O edifício antigo, com três pisos e terraço, tem inúmeras infiltrações, que afectam gravemente o tecto do banco de urgência e coloca esta parte fundamente da unidade hospitalar em risco iminente de desabamento.

O sistema de esgoto está inoperante, enquanto o fornecimento de energia eléctrica e o abastecimento de água potável se revelam deficientes. Para a obtenção da água para o consumo, a direcção recorre a camiões cisternas.

A carência de água e a inoperância do sistema de esgoto impedem a utilização das casas de banhos e obriga os pacientes e seus acompanhantes a fazerem as suas necessidades fisiológicas nos arredores do hospital. Os pacientes, que pela sua condição física debilitada não podem andar, utilizam sacos plásticos e latas.

“Estamos a prestar cuidados de saúde em condições críticas que considero infra-humanas”, declarou Leonardo Rodrigues, que dirige o hospital há apenas dois meses. Por esta razão, muitos doentes e acompanhantes saem do hospital com outros problemas de saúde, devido às más condições higiénicas.

Além das condições do hospital e de trabalho, Leonardo Rodrigues manifestou-se preocupado com a falta humanização dos cuidados de saúde, que, no seu entender, constitui uma questão de mentalidade e não apenas resultante das condições de trabalho. Para reverter a situação, a direcção do hospital vai apostar na formação dos profissionais.

Com 250 camas, para 293 internados, o Hospital Sanatório de Luanda tem medicamentos suficientes para assistir os pacientes internados, num total de 293, e 2.000 assistidos em regime ambulatório. Em média, morrem 15 pessoas por semana.

O hospital tem 25 médicos, 18 dos quais angolanos e sete cubanos, 215 enfermeiros e 298 funcionários de apoio. Para satisfazer à demanda do hospital, há necessidade de mais 87 médicos garantia o Dr. Leonardo Rodrigues, Director geral do Hospital.