Hospital Militar Principal acolhe programa de formação em Medicina

O Hospital Militar/Instituto superior, unidade hospitalar com a mesma longevidade da República de Angola, é uma referência nacional na realização de cirurgias complexas.

Modalidades de Formação

Quanto as modalidades de formação, de acordo com a nota a que o correio da kianda teve acesso, o programa decorre em duas vertentes:

Formação em Angola – Equipas multidisciplinares de especialistas estrangeiros deslocam-se ao país para ministrar formação teórica e prática aos profissionais do HMP/IS.

Simultaneamente, realizam tratamentos e procedimentos médicos, permitindo que os profissionais angolanos participem nas intervenções sob supervisão especializada, garantindo a segurança dos doentes e evitando a necessidade de evacuações médicas.

3. Formação no exterior – Profissionais angolanos realizarão estágios de 3, 6 ou 12 meses em unidades hospitalares internacionais, onde poderão aprofundar conhecimentos e técnicas avançadas. Após o regresso ao país, aplicarão as novas competências sob supervisão inicial dos formadores estrangeiros.

O programa teve início com a vinda de uma equipa de Urologia, Anestesia e Instrumentação, chefiada pelo Professor Doutor Nuno Azevedo, especialista em cirurgia minimamente invasiva.

Na primeira semana, a equipa avaliou pacientes, discutiu casos clínicos e realizou intervenções cirúrgicas, destacando-se:

Duas nefrectomias radicais complexas – uma por video-laparoscopia e outra por abordagem anterior em um tumor de mais de 20 cm e quase 2 kg;

Cirurgias endoscópicas da próstata, em doentes com cancro e hiperplasia;

Cirurgias intra-renais endoscópicas com instrumentos flexíveis e fragmentação de cálculos com laser.

Segundo a nota, os médicos angolanos,  das especialidades de Anestesia, Bloco Operatório e Urologia, participaram ativamente nas intervenções, e todos os doentes recuperam bem.

Técnicas minimamente invasivas foram utilizadas para garantir melhores resultados e tempos de recuperação reduzidos.

A  equipa internacional,  já havia realizado, em 2023, procedimentos inéditos em Angola, como a primeira nefrectomia radical video-laparoscópica, a primeira prostatectomia video-laparoscópica e a primeira cirurgia intra-renal endoscópica com laser avançado.

Expansão para outras especialidades

Na próxima semana, o programa incluirá formação em Neurocirurgia, enquanto a equipa de Urologia permanecerá por mais alguns dias. Nos próximos meses, especialistas de Ortopedia, Cirurgia Vascular, Cirurgia Geral, Endocrinologia, Oftalmologia, entre outras áreas, ministrarão formação no país, abrangendo um total de 26 especialidades médicas.Além disso, 13 profissionais angolanos (entre médicos, enfermeiros e técnicos de diagnóstico) irão estagiar em hospitais portugueses como parte do intercâmbio contínuo entre Angola e o exterior.

Os primeiros beneficiários desta formação internacional serão profissionais em fase final de especialização, permitindo-lhes candidatar-se aos exames de saída e regressar ao país como especialistas, prontos para assumir responsabilidades nas novas unidades de saúde e contribuir para a formação de futuras gerações de médicos em Angola.

C/HO