Sociedade
Hospital Américo Boavida assume negligência médica que vitimou paciente
Denúncias dão conta da morte de um cidadão nacional na parte externa do Hospital Américo Boavida, depois de lhe ter sido negada assistência médica por parte da equipa médica em serviço. Num comunicado chegado à redacção do Correio da Kianda, a direcção do hospital reconhece negligência médica e garante que o médico já está suspenso.
No documento, o hospital explica que pelas 5h58 min desta terça-feira, 19, “um paciente aparentemente em estado grave, foi trazido por familiares ao Banco de Urgência. À entrada, foi prontamente conduzido ao médico em serviço. Imagens do sistema de videovigilância indicam que o referido médico, não só, não prestou qualquer assistência médico-medicamentosa, como mandou os familiares que o transportavam para fora da unidade hospitalar, tendo o paciente chegado a óbito minutos depois, na área adjacente ao hospital”.
Reconhece ainda que “existem indícios que o médico tomou essa medida sem informar os restantes profissionais do turno, nem informar o supervisor em serviço”.
Por esta razão, “face à gravidade do sucedido, a Direcção do Hospital deu de imediato conta da ocorrência aos Serviços de Investigação Criminal, sob cuja alçada o médico em referência se encontra para o respectivo processo criminal”.
A direcção do Hospital garante, no entanto, suspendeu de imediato o médico e todos os membros da equipa em serviço, até ao encerramento do Inquérito instaurado.
Outras medidas que a direcção garante ter tomado, foi remeter o caso à Procuradoria Geral da República, para tratamento judicial e à Ordem dos Médicos, para o tratamento da matéria no foro ético e deontológico.
Lembrar que não é o primeiro caso do género, naquela unidade sanitária de referência. Em Junho de 2009, um jovem morreu na portaria da Televisão Pública de Angola (TPA) levada pelos familiares para denunciar o facto de lhe ter sido negada assistência médica, naquele que veio a ser conhecido como “caso mingota”.