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Homem morre na esquadra da polícia de Xá-Muteba após ser torturado por agentes da polícia e militares

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Dário Ngondo, 35 anos, conhecido igualmente por “Gery Lonzo”, foi espancado até a morte no domingo, 27/10, numa esquadra no bairro Kavuba no município de Xá-Muteba, província da Lunda-Norte, por supostos agentes da polícia e militares das FAA, após a sua detenção numa zona de exploração de diamantes.

Residente em Cafunfo há quase 20 anos, “Gery Lonzo” é natural de Maquela de Zombo, província do Uíge. O homem foi surpreendido pelos militares e polícias armados na tarde de sábado, 27, quando saía de uma zona de exploração artesanal de diamantes.

Segundo os familiares, o cidadão (garimpeiro), na altura em que foi abordado pelos homens da ordem, se fazia transportar de duas pedras de diamantes que teriam sido conseguidos durante o trabalho de exploração ao longo do dia de sábado, altura em que foi interpelado pelos efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA) e elementos da Polícia Nacional pertencente ao Comando Municipal de Xá-Muteba.

A vítima passou a noite no Posto Policial de Kavuba e no dia seguinte, já em companhia de outros garimpeiros detidos igualmente, foi forçado a capinar arredor da unidade policial, sendo que, com medo de ser castigado, Dário Ngondo “Gery Lonzo” tentou fugir do local, mas sem sucesso.

Ao ser apanhado pelos polícias e militares, “Gery” começou a ser fortemente torturado e de seguida colocado numa cela solitária onde acabou por morrer horas depois, denuncia Sérgio, amigo da vítima.

Em entrevista ao “O Decreto”, os familiares dizem que, um dos agentes da Polícia Nacional que supostamente participou na morte do seu parente é o agente identificado apenas por “Kassanje”.

De acordo com as denuncias, os agentes policiais, mesmo com a proibição da prática do garimpo por parte do Governo Angolano, têm cobrado 150 mil kwanzas nacionais para terem acesso às áreas de exploração de pedras preciosas e 300 mil aos estrangeiros com a mesma finalidade.

“O nosso irmão pagou 150 mil kwanzas aos polícias, ainda assim foi preso e torturado até a morte, depois de ter sido recebido as pedras de diamantes que ele conseguiu”, lamentou Cláudio Ngondo, irmão mais velho do malogrado, que clama por justiça.

A família lembra que, recentemente, o Procurador Geral da República esteve na província da Lunda-Norte “com objectivos de reprimir essas arruaças que a polícia tem vindo a cometer contra os cidadãos em defeso”.

“Neste momento o corpo do meu irmão está na morgue e não vamos enterrar sem que antes a justiça nos diga algo”, disse Cláudio Ndongo para quem “os polícias que tiraram a vida do meu irmão têm que ser responsabilizados criminalmente”.

O portal tentou o contacto com o Comando da Polícia Nacional de Xá-Muteba, mas nada resultou.

C/ O Decreto

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