Opinião
O hino nacional. Um símbolo a conhecer, respeitar e promover
No nosso país como num outro qualquer, mesmo que algumas verdades se escondam no beco do orgulho, o sentimento de patriotismo que ultrapassa a espinha dos mais corajosos, consegue mostrar o que se fez, o que se está a fazer e o que será ainda feito para o bem dos cidadãos.
Angola enfrenta hoje grandes desafios, tudo porque determinadas pessoas, perderam noção da importância de educar os indivíduos sobre valores de cidadania para que se elevasse neles a honra e o orgulho de se ser muangolê.
Seja como for, ainda há tempo de resgatar tudo isso e muito mais. O futuro é hoje, é agora.
A razão desta crónica, reside no facto de ser cada vez mais comum, vermos homens e mulheres, crianças, jovens adultos e até gente idosa, desconhecer na totalidade os símbolos nacionais.
Conhecer, respeitar, valorizar e promover a nossa bandeira, a insígnia e o hino da república, deve ser quase que uma total obrigação de quem se sente e é angolano.
“Angola Avante”
O hino nacional foi adaptado em 1975 depois do País ter-se tornado livre do jugo colonial português.
Ó Pátria, nunca mais esqueceremos
Os heróis do quatro de Fevereiro.
Ó Pátria, nós saudamos os teus filhos
Tombados pela nossa Independência.
Honramos o passado e a nossa História,
Construindo no Trabalho o Homem novo.
Angola, avante!
Revolução, pelo Poder Popular!
Pátria Unida, Liberdade,
Um só povo, uma só Nação!
Levantemos nossas vozes libertadas
Para glória dos povos africanos.
Marchemos, combatentes angolanos,
Solidários com os povos oprimidos.
Orgulhosos lutaremos Pela Paz
Com as forças progressistas do mundo.
É esta a letra, é este o hino nacional que muitos angolanos não o sabem cantar. Não se importam nem respeitam com o grande hino de angola.
A letra é de Manuel Rui Monteiro e música de Rui Mingas, ambos ainda em vida e como verdadeiros artistas fervorosos e convictos, continuam a dar o seu melhor por esta angola
Não é curial hoje tal como não foi ontem e nem será amanhã, aceitar, independentemente do motivo que os nossos cidadãos não saibam cantar o hino nacional da república.
Do Topo a base, todos devemos promover tudo que nos orgulha.
Num passado recente e quando me lembro do meu tempo de estudante, quer seja no médio ou ainda no ensino de base em Malanje, era uma obrigação os alunos guiados pelo então professor Santos, bem perfilados com ou sem sol, todos, com fome ou não, cantávamos em voz alta o hino nacional, antes do inicio das aulas.
E cantar o hino da república, era para nós, uma injecção de adrenalina e motivação. Aqueles minutos em que ninguém era mais importante do que ninguém, cantar na parada, era uma oportunidade de olharmos para dentro de nós mesmos com orgulho de sermos angolanos e africanos.
Nunca mais esqueceremos os heróis do 4 de Fevereiro. Honramos o passado a nosso historia, construímos no futuro um homem novo.
Acredito ter sido com esse espírito de nacionalistas bravos e sofredores que Rui Mingas e Manuel Rui, escreveram aquela que se tornou a música mais famosa de angola, mas infelizmente muita gente e principalmente a juventude, não entende nem quer saber o inestimável valor de uma canção que hoje está a perder força dentro de muitos.
Não se pode aceitar que no vento oficial ou não, os nossos dirigentes que deviam dar exemplo, fiquem calados ouvindo a trilha do hino nacional sem que se deão ao trabalho de acompanharem a letra com vigor e amor soltando as suas vozes em respeito dos que tombaram pela pátria.
O hino é nosso e é para ser cantado.
Alguém precisa de dar um basta nisso sem que na verdade se vá ao extremo, mas está na hora de se começar a ver as bocas mexerem durante a entoação do nosso hino nacional como de resto vemos os outros fazerem.
Foi por isso e muito mais que muitos heróis tombaram. Tombaram pela nossa independência e muitos outros ainda em vida estão a trabalhar e a lutar para manter a paz duramente alcançada, depois de mares de lágrimas e sangue terem escorridos pelos rostos de tantos filhos deste país.
Não se pode aceitar que por exemplo um jogador da selecção nacional não cante o hino nacional antes de uma partida internacional de futebol.
Mas, o que isso? Onde estamos e o que se pretende afinal?
Quando vemos o hastear da bandeira de Angola, devemos parar, sentir a emoção daquele simples momento que custou a vida de milhares de angolanos e não só. Os símbolos nacionais merecem maior respeito.
Como é possível ver-se em instituições públicas e privadas, bandeiras completamente gastas, sujas e já a desfiarem de tão cansadas que ficaram depois de terem resistido por tanto tempo, a força do vento, a quentura do sol e as águas das chuvas.
As autoridades que aceitam isso deviam ser chamados a responsabilidade pela negligência no desrespeito de um símbolo nacional.
Não vou trazer aqui alguma comparação entre um país que respeita e outro que não.
Vale dizer que precisamos e hoje mesmo, tomar uma posição para que as pessoas aprendam, cantem, respeitem e que juntos promovamos os símbolos que nos identificam em qualquer parte do mundo.
Antes mesmo de começar na escola, faço-o em casa sem receio, medo ou vergonha. Mostre que sabe e tenha coragem para ensinar.
Não deixe que uma bandeira da república perca a sua cor e seu brilho pois é o brilho do nacional que perde também.
Angola avante, revolução, pelo poder popular. Pátria unida, liberdade, um só povo uma só nação.
Levantemos a nossas vozes libertadas para glória dos povos africanos. Marchemos combatentes angolanos, solidário que os povos oprimidos.
Isto é saber ser um cidadão, é patriotismo, é um orgulho, é uma vitoria da nossa independência que se ergue com a força da paz.